Espírito natalino não contagia consumidores com dívidas

  • Por Jovem Pan
  • 24/11/2015 12h00
erdenebayar / morgueFile Árvore de Natal

 A um mês do Natal, comércio espera vendas pífias diante do endividamento crescente da maioria dos brasileiros. Com a inflação e o desemprego, o número de famílias que devem na capital paulista continua em alta e se aproxima dos dois milhões. A deterioração do cenário decorre da piora da situação econômica e quem mais sofre são os consumidores de baixa renda.

O vice-presidente da Associação Comercial de São Paulo, José Maria Chapina Alcazar, descreve a expectativa dos lojistas para o Natal deste ano: “Nada para se comemorar, porque o índice de vendas não atingiu o volume do ano passado. Há muito pessimismo ainda no setor do comércio, por causa da geração de desemprego e do dinheiro que saiu de circulação. A crise está influenciando diretamente nos negócios”.

Cerca de um em cada cinco endividados tem mais de 50% da renda total comprometida com as contas.

O assessor econômico da Fecomercio, Vitor França, diz que as famílias tentam manter o padrão de consumo, o que aumenta a inadimplência: “Você percebe uma mudança de cenário muito significativa de 2014 para 2015. As famílias voltando a se endividar, não para comprar bens, mas para manter o padrão de consumo, e, com o aumento do desemprego, a tendência é que as pessoas tenham cada vez mais dificuldade para pagar essa divida que elas contraíram. Com isso a inadimplência começa a subir”.

Nem a decoração natalina contagia o consumidor preocupado com as contas a pagar e sem dinheiro no bolso.

O quadro reflete a indefinição dos shoppings centers que não sabem se valerá a pena manter os estabelecimentos abertos até a meia-noite.

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