Exclusivo: Rogério Ceni sobre crise do São Paulo: ‘Sem grande título, não vai ter calma’

O maior ídolo da história do clube tricolor concedeu entrevista exclusiva ao Esporte em Discussão, do Grupo Jovem Pan, e disse que os problemas do time do Morumbi “só serão curados com um título”

  • Por Jovem Pan
  • 28/08/2020 14h51 - Atualizado em 28/08/2020 16h51
Reprodução Rogério Ceni é o atual treinador do Fortaleza

Em entrevista exclusiva ao Esporte em Discussão desta sexta-feira, 28, no Grupo Jovem Pan, Rogério Ceni não se omitiu e, apesar de atualmente ser treinador do Fortaleza, analisou a crise do São Paulo. Maior ídolo da história do clube tricolor, o ex-goleiro destacou os oito anos sem conquistas do time do Morumbi e afirmou que os “problemas só serão curados com um título”. “Eu acho que quando um clube grande fica muito tempo sem vencer, sem ganhar títulos, os problemas vão se acarretando. Cada derrota tem um peso maior. Eu acho que isso só vai ser curado com um título. Quando conquistar um título, acho que o São Paulo vai voltar a ter mais calma”, disse Rogério. “Não estou a par, vejo a partir de informações da mídia, mas a situação financeira do clube também é um pouco delicada, apesar de que há material humano em Cotia, bons jogadores para, quem sabe, reverter esse quadro no futuro. Vai precisar de título. Sem um grande título, não vai ter calma para ninguém”, acrescentou.

Questionado sobre quem apoiará nas eleições presidenciais do São Paulo, em dezembro, o ídolo preferiu não se posicionar. Julio Casares e Roberto Natel serão os candidatos à sucessão de Leco, e Rogério Ceni se limitou a classificar ambos como “ótimas pessoas”. “Eu não participo de política. Nem de política do País, quem dirá de política de clube. É um clube no qual eu trabalhei por muitos anos, pelo qual tenho um carinho muito grande, mas não gosto disso. Nem aqui no Fortaleza nem no São Paulo”, afirmou Ceni. “Eu conheço bem os dois, são candidatos diferentes. O Julio com uma exposição muito boa das palavras, um cara que trabalhou com marketing por muito tempo, e o Natel um cara mais resguardado, que eu conheci durante a gestão do Dr. Juvenal (Juvêncio). É uma pessoa que carrega um peso muito grande no sobrenome. São duas ótimas pessoas. Acho que basta saber quem será o melhor gerenciador do São Paulo Futebol Clube nos próximos três anos. Eu quero o bem do São Paulo sempre. Qualquer um dos dois tem condições de fazer coisas boas pelo clube”, complementou.

Rogério Ceni também falou sobre a possibilidade de voltar a treinar o time no qual atuou durante toda a carreira. Ele, que estreou na função de treinador justamente no São Paulo, em 2017, quando acabou sendo demitido após somente seis meses de trabalho, deixou um possível retorno em aberto. “Eu nunca falei que nunca (mais) treinaria o São Paulo. Eu acho só que a gente tem uma carreira tão bacana como jogador do clube que às vezes você pode manchá-la em outra função. Não acho que foi o caso da primeira passagem, mas um dia com certeza nós voltaremos ao Morumbi. Eu já moro bem pertinho do Morumbi, e o São Paulo faz tão parte da minha vida…”, disse.

O que Rogério praticamente descartou, no entanto, foi, treinar Palmeiras e Corinthians em algum momento da carreira. O ex-goleiro admitiu que a idolatria que ostenta no São Paulo torna essa hipótese um tanto quanto improvável. “Eu tenho o maior respeito pelo Corinthians e pelo Palmeiras, mas você já imaginou aquele torcedor do São Paulo, que fez uma tatuagem no braço… Assim, por mais que você goste do futebol, e isso é da profissão, eu acho muito difícil que, primeiro, exista um interesse. Eu acho que não existirá um interesse de Palmeiras e Corinthians para me contratar. E, segundo, seria muito improvável por essa história que se criou (no São Paulo). Acho até que perderia um pouco de todo o contexto da história que se criou, do respeito, mas também da rivalidade que existe. Nós fomos treinar no Palmeiras recentemente e fomos muito bem recebidos lá, todas as vezes em que a gente vai lá, a gente é muito bem recebido. Eu, particularmente, que fui adversário do Palmeiras, sou sempre muito bem recebido lá. Na Arena Corinthians, também. Então, assim… Ainda tem algum brilho no futebol quando você mantém essa rivalidade misturada com respeito com os grandes adversários”, finalizou.

Confira, abaixo, a entrevista exclusiva de Rogério Ceni na íntegra:

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