Presidente do São Paulo exalta Alex e cutuca o Palmeiras: ‘Vai vestir uma camisa com 3 Mundiais’

Em entrevista exclusiva ao Grupo Jovem Pan, Julio Casares também detalhou como está a situação financeira do Tricolor, falou sobre a possibilidade de Daniel Alves deixar o clube e também afirmou que Shaylon deve continuar no time

  • Por Jovem Pan
  • 07/04/2021 14h11 - Atualizado em 07/04/2021 14h16
Reprodução/São Paulo FC Julio Casares, presidente do São Paulo, ao lado de Alex Julio Casares, presidente do São Paulo, ao lado de Alex

Presidente do São Paulo, Julio Casares concedeu entrevista exclusiva ao programa “Esporte em Discussão”, na tarde desta quarta-feira, 7. Em conversa com a bancada do Grupo Jovem Pan, o dirigente explicou o motivo de escolher Alex como novo treinador do sub-20, ressaltando a inteligência do meio-campista que fez sucesso no Fenerbahçe, da Turquia, no Palmeiras e no Cruzeiro. De acordo com o mandatário, a ideia do clube paulista é preparar o profissional para assumir o time principal futuramente – algo parecido com o que Telê Santana fez com Muricy Ramalho no passado. “O Alex é muito promissor porque, fora do campo, tem uma cabeça arejada, sabe de futebol e tem a vivência. O São Paulo precisa de um conceito que sempre teve, com Cilinho, Telê Santana e, depois, com Muricy. A base é o futuro”, disse o presidente são-paulino. “Vamos formar uma escola de técnicos, sim”, completou.

Casares também minimizou o fato de Alex ser ídolo no Palmeiras, afirmando que o ex-jogador sempre foi respeitoso com o São Paulo. Além disso, o presidente tratou de cutucar o Alviverde, respondendo sobre Mundial de Clubes – O Tricolor venceu três edições, enquanto o Verdão não tem nenhuma taça do torneio da Fifa. “O Alex é um jogador que agora pode vestir uma camisa com três estrelas, três mundiais”, comentou o dirigente, que também falou sobre como o novo treinador é idolatrado pelo Fenerbahçe. “Vamos pensar em alguma ação de marketing com o pessoal da Turquia. Vamos fazer alguma dinâmica… Ele é Deus na Turquia. Se fosse um jogador com uma linha de rivalidade muito grande, poderia ter problema até para ele. Mas ele sempre foi bem comedido, tem um respeito muito grande com os outros”, acrescentou.

Perto de completar cem dias no comando do São Paulo, o mandatário também declarou que encontrou a instituição com mais problemas do que imaginava – a atual dívida é de cerca de R$ 600 milhões. “Estamos concertando um boeing com ele em curso. Realmente, está pior do que eu imaginava, por causa da desorganização do clube… Se você tem uma máquina organizada, você consegue dar passos importantes. Nós assumimos em um calendário atípico por causa da pandemia, contratamos um especialista em marketing e em outras áreas. Tivemos que elencar as urgências, mas não tinha uma área ou setor organizado. Então, estamos trabalhando 24 horas por dia e colocando metas. É importante o que já foi feito e o que está programado. Imaginávamos uma linha, um alicerce, mas não tinha. Tivemos que começar do zero”, analisou.

“Em nome da transparência, o São Paulo deve próximo de 600 milhões, algumas com urgência, com agentes, clubes, atletas e outras de acordos judiciais. Temos várias dívidas. Entretanto, o clube tem um patrimônio muito grande. A dívida preocupa, mas não assusta porque com duas ou três vendas é possível se equacionar. Podemos reestabelecer o São Paulo, mudando a dívida de curto prazo para médio prazo. É o que estamos fazendo”, complementou.

Outros pontos da entrevista

Venda de jovens atletas – Olha, em um cenário ideal, quanto mais atrasar a saída do jovem, melhor. Mas temos que analisar que nenhum jogador é inegociável. Quando ele quer sair por uma ambição legítima, é difícil conseguir que ele continue com essa relação de trabalho com a competitividade. O São Paulo vendeu o Brenner, que estava quase afastado, mas conseguimos recuperá-lo e ganhar um bom ativo. Imaginamos, a médio e a longo prazo, que o clube fique menos refém da venda de jogadores. Ainda assim, o cenário é preocupante, porque herdamos uma dívida alta e temos um prejuízo econômico enorme por causa da pandemia. Temos que ser criativos.

Daniel Alves – É um profissional que conquistou muitos títulos, quer ficar no São Paulo, está alinha com a comissão do Crespo e estamos conversando com ele sobre as pendências financeiras. Quando você tem essa pendência, precisamos ficar olho no olho no momento da negociação. E estamos fazendo isso, e o Daniel está com muita vontade de resolver essa situação, assim como os outros jogadores.

Shaylon – O Crespo está analisando todo mundo, inclusive vendo jogadores da base. Ele está observando muito o Shaylon, meia canhoto, algo raro hoje em dia. A chance de ele ficar no elenco é muito grande. Neste processo de entrada e saída, vamos fazer um equilíbrio financeiro.

Crespo – Conversamos com dez técnicos, entre eles o Villas-Boas e o Leonardo Jardim. Depois, conversamos com oito e chegamos a figura do Crespo, que foi campeão no Defensa y Justicia. É uma pessoa com a formação europeia, além da humildade de escutar. Nós fizemos um diagnóstico de quem trabalhou com ele também, além da imprensa local. Ele é uma pessoa muito aberta e trouxe a comissão técnica, que custa 1 milhão de reais. Exalto o comprometimento dele, que já é algo particular do argentino. Hoje, na Barra Funda, tem comprometimento, trabalho e alegria. É uma dinâmica de fortalecimento.

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