5,5 milhões de brasileiros ficaram sem acesso à educação em 2020, diz Unicef

Estudo considera crianças e adolescentes com idades entre 6 e 17 anos; ao todo, quase 1,4 milhão de alunos abandonaram as instituições de ensino no ano passado

  • Por Jovem Pan
  • 29/01/2021 07h49 - Atualizado em 29/01/2021 09h27
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MATEUS BONOMI/AGIF - AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/ESTADÃO CONTEÚDO - 12/03/20 O relatório também revelou o cenário estudantil do país em 2019; segundo os dados, naquele ano, foram reprovados mais de 2 milhões de alunos no país e 600 mil abandonaram a escola

Mais de 5,5 milhões de crianças e adolescentes ficaram sem acesso à educação em 2020. É o que revela o estudo “Enfrentamento da cultura do fracasso escolar”, divulgado nesta quinta-feira, 28, pelo Unicef. De acordo com a pesquisa, a quantidade de alunos com idades entre 6 e 17 anos que abandonaram as instituições de ensino no ano passado foi de quase 1,4 milhão, o que representa 3,8% dos estudantes. A taxa é superior à média nacional de 2019, quando ficou em 2%. Somado ao abandono das aulas, está a situação de 4,1 milhões de alunos que, apesar de matriculados e sem estar em período de férias, não receberam nenhuma atividade escolar durante 2020.

O chefe de Educação do Unicef no Brasil, Ítalo Dutra, explica que o cenário de desigualdades dentro do ambiente escolar, que já era preocupante, se agravou ainda mais com a pandemia da Covid-19. “Mais uma vez, uma determinada etnia sobre mais que outras nesse contexto de exclusão. A população indígena e a população preta teve menos acesso à aprendizagem na pandemia do que a população branca. No Norte do país, o percentual de estudantes que não conseguiu frequentar as atividades foi o dobro da média nacional. Então de novo temos determinada região geográfica que sofre mais que as outras.”

Ítalo Dutra reforça a importância desse reencontro entre alunos e escola. “Para a pandemia, nesse contexto agora, o que precisamos fazer é ir atrás desses 5,5 milhões de crianças e adolescentes garantir que eles tenham acesso à escola imediatamente. E trabalhar para que faça a reabertura segura das escolas onde a condição epidemiológica permitir, abrindo e fechando se necessário. A gente não pode mais deixar que 5,5 milhões de crianças e adolescentes não tenham acesso à  educação”, disse. O relatório também revelou o cenário estudantil do país em 2019. Segundo os dados, naquele ano, foram reprovados mais de 2 milhões de alunos no país e 600 mil abandonaram a escola. Para o Unicef, as reprovações consecutivas e abandonos escolares trazem como consequência um terceiro problema: a distorção entre idade e série escolar.

*Com informações da repórter Beatriz Manfredini

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