Ações de voluntariado online crescem durante pandemia do coronavírus

Plataforma Atados reúne mais de três mil ONGs e conta com a participação de mais de 190 mil pessoas; resultados apresentados no ambiente remoto demonstraram que é possível contribuir de casa

  • Por Jovem Pan
  • 28/08/2021 14h13 - Atualizado em 28/08/2021 15h02
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Pixabay / Creative Commons Homem escrevendo em um caderno com um notebook ao fundo A busca pelo trabalho voluntário aumentou durante a pandemia, diz diretora da plataforma Atados

Foi no voluntariado que a Maria Eugênia, de 19 anos, encontrou um refúgio durante a pandemia. A estudante de serviço social conta que sempre quis fazer esse trabalho, mas que esbarrava na burocracia e na falta de experiência. Foi então que ela descobriu a plataforma Atados, uma ponte entre voluntários e ONGs. Um facilitador para quem busca ajuda e quem quer ajudar. Trabalhando remotamente 6 horas por semana, Maria Eugênia troca experiências com pessoas de todo o Brasil. Ela conta que não vê a hora de encontrá-las fora do ambiente virtual. “Como a gente por enquanto está fazendo tudo online, a nossa equipe de expansão é de todo o Brasil. Tem gente do interior de São Paulo, da Bahia, de Minas Gerais, de Florianópolis. Mas o trabalho voluntário presencial é outra coisa”, pondera.

Criada em 2012, a plataforma Atados desde o início da pandemia passou por transformações. Em um primeiro momento, em virtude do aumento do desemprego e da crise econômica, priorizou as doações. Os bons resultados apresentados no ambiente remoto demonstraram que é possível contribuir e se voluntariar de casa. A plataforma Atados reúne mais de três mil ONGs e conta com a participação de mais de 190 mil voluntários. A diretora do projeto, Marina Frota, diz que a busca pelo trabalho voluntário aumentou durante a pandemia. “Quando você pergunta para as pessoas que não são voluntárias porque que elas não são, a grande maioria responde que é porque não tem tempo. Só que tempo é uma questão de priorização, basicamente. Então as pessoas vão pro cinema, vão encontrar a família, vão pra academia, vão fazer um esporte, têm hobbies. Mas, durante a pandemia, esse lazer sumiu, o que fez com que as pessoas pudessem fazer o trabalho voluntário”, diz a diretora.

Marina ainda pontua que, antes da pandemia, a cada quatro vagas disponíveis na plataforma, três eram presenciais. Os trabalhos disponíveis são variados e abrangem diferentes áreas. Em maior número estão as ofertas no campo da comunicação. Ações no setor da psicologia apresentam maior crescimento. “Porque era para ir para dar aula, ir em um evento, ajudar em um bazar… era como as organizações atuavam”, explica. O último levantamento do IBGE apontou que em 2018 o número de voluntários no Brasil era de 7,2 milhões pessoas. Esse número teve uma pequena redução em relação ao ano anterior. Maria Eugênia também lembra que o trabalho voluntário não demanda tempo, apenas disposição. “Sempre tem como você ajudar de alguma forma, sempre tem como ter um espaço na agenda para fazer isso. Escreve carta para um asilo, é uma coisa que leva menos tempo e você vai estar ajudando. Eu falo que o voluntariado é uma coisa que você doa, mas você recebe. É uma coisa que eu comecei e não pretendo parar”.

*Com informações da repórter Camila Yunes 

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