Adoção de animais de estimação cresce 30% na pandemia, diz pesquisa

Gatos tiveram mais preferência do que os cachorros, assim como bichos mais jovens

  • Por Jovem Pan
  • 10/08/2021 10h59 - Atualizado em 10/08/2021 16h25
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Holgers Fotografie / Creative Commons gato Estudo também mostra que 74% dos tutores fizeram compras online para seus bichinhos

A médica Ekaterine se mudou de Brasília, onde morava com a família há oito anos, para fazer residência médica em São Paulo, em fevereiro deste ano. A goiana disse que, por causa da distância dos amigos e familiares, passou a se sentir muito sozinha. Foi então que decidiu adotar uma gatinha, que batizou com o nome de Madalena. “E foi amor à primeira vista. Já era uma gatinha mais velha, tinha mais de um aninho. Mas era muito carinhosa, companheira e achei que era minha cara. Resolvi chamar ela de Madalena pelo primeiro lugar que eu morei em São Paulo, a Vila Madalena.”

Como Ekaterina, muitos brasileiros decidiram adotar um animal no período da pandemia da Covid-19, enquanto passavam mais tempo em casa. É o que mostra uma pesquisa da Radar Pet 2021 realizada em abril pela comissão de animais de companhia com 750 pessoas de todos os Estados brasileiros. De acordo com o estudo, houve um aumento de 30% no número de pets em lares brasileiros durante o isolamento social. Gatos foram mais adotados do que cachorros. Entre os felinos, 84% foram adquiridos. E entre os cães, 54%. Um aspecto comum entre os animais é que, nos dois casos, a preferência foi por peludos mais jovens.

O coordenador da Comissão de Animais de Companhia (Comac), Fábio Brandão, disse que o levantamento confirma uma indicação anterior de que gatos devem se tornar os pets predominantes no Brasil. “Então os gatos mais ao Norte do Brasil. Uma das razões é que ele é menor e o curso é menor. Classes mais baixas tendem a ter gato como o primeiro pet. E os cães no Sul e Sudeste.” Sobre o perfil de tutores, pessoas que moram sozinhas foram as que mais incluíram novos membros na família. Ainda segundo o coordenador da Comac, a região Sul apresenta as maiores taxas de adoção. Entre os adotantes de gatos, casais sem filhos foram a maioria.

“O pet, ele tem uma importância muito grande como companheiro. A pesquisa mostrou isso. ‘Meu pet não é apenas animal, ele é alguém da família’. A gente viu o vínculo das pessoas nesse período. O pet tem um papel muito grande com esse amparo emocional.” O uso da tecnologia possibilitou maior atenção com os animais. O estudo também mostra que 74% dos tutores fizeram compras online para seus bichinhos. O levantamento apontou ainda um aumento na frequência das idas ao veterinário. Por outro lado, a Radar Pet 2021 também trouxe dados preocupantes. Se houve crescimento no número de animais que ganharam um lar, a Comac estima que cerca de 10 milhões de pets foram abandonados durante a pandemia.

*Com informações da repórter Caterina Achutti 

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