Agência Nacional das Águas monitora manchas na região do rio São Francisco
A Agência Nacional das Águas (ANA) tenta evitar que as manchas de óleo que atingem o litoral do Nordeste cheguem à foz do rio São Francisco. De acordo com o órgão, tanto a foz quando o curso do “Velho Chico” estão protegidos.
Em reunião, representantes do governo, da Marinha e de áreas afetadas pelo óleo definiram um plano: a medida consiste em aumentar a vazão do reservatório do Xingó, na divisa entre os Estados de Sergipe e Alagoas, de 800 para 1.300 metros cúbicos por segundo, para espalhar o óleo e evitar que ele chegue ao rio.
“Nós temos hoje uma vazão de 800 a 850 metros cúbicos que impede que a água do mar entre na foz. Então a ideia é que nós temos aqui um plano de emergência, e que será acionado apenas se for necessário, de aumentar a vazão, evitando, assim, que o óleo entre na foz do rio São Francisco”, explica a presidente da ANA, Cristiane Dias.
No entanto, segundo o secretário executivo do Ministério do Desenvolvimento Regional, Mauro Biancamano, o plano é só para caso de emergência. “Ele é uma medida cautelar. Não se trata de crise, trata-se de risco, apenas, no sentido de que se esse risco se materializar, estará sendo acionado esse dispositivo de aumento da vazão”, garante.
A Marinha instaurou um inquérito administrativo para tentar descobrir a origem do vazamento e possíveis envolvidos. A investigação deve durar até novembro.
De acordo com o vice-almirante, Wladimilson Borges, foram registrados todos os navios que passaram pela costa brasileira em um mês, e foram notificados 30 deles, de dez países diferentes. “Mais de 1.100 navios passaram na nossa costa nesse momento. Desses 1.100, 30 navios foram identificados e estão sendo questionados dentro desse inquérito administrativo.”
Em Roma, o vice-presidente, Hamilton Mourão, lembrou que um dado inicial aponta que o óleo seria do tipo que é extraído na Venezuela, e levantou uma nova suspeita: a de que embarcações fantasma poderiam estar por trás do ocorrido. “Nós também sabemos que existem aquelas chamas embarcações fantasma, que são irregulares e realizam contrabando, seja de petróleo, seja de outro tipo, que podem estar envolvidas.”
Enquanto isso, as manchas continuam se espalhando e chegaram a Salvador. Mais de 150 pontos de todos os estados do Nordeste já foram afetados, incluindo 12 unidades de conservação federais. Além do meio ambiente, a poluição vem prejudicando o turismo e a pesca.
*Com informações do repórter Levy Guimarães
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