Alta de preços e tributação diminuem poder de compra dos brasileiros
Com inflação, governo federal tem arrecadação que ultrapassa R$ 70 bilhões, provenientes de três principais frentes
Até dezembro, a expectativa dos especialistas é de que o governo federal tenha uma arrecadação que ultrapasse os R$ 70 bilhões. Os dados são do Centro Brasileiro de Infraestrutura. Para André Perfeito, da Necton Investimentos, o mercado está acompanhando de perto a escalada de preços. “A gente vive em um momento de uma desaceleração econômica tão forte que tem se revelado, entre outras coisas, numa queda da massa salarial, em termos de reais, tem menos dinheiro na mesa, para as transações econômicas, porque se tem inflação. Essa inflação está sendo absolutamente perniciosa, está desarticulando a economia e pode cobrar um preço alto”, afirma Perfeito. Na escalada de preços, o governo federal tem lucrado em pelo menos três frentes. A primeira, em arrecadação com PIS/COFINS, em cima dos combustíveis (R$ 15,2 bilhões no total); a segunda, com a participação nos lucros da Petrobras (R$ 23 bilhões); e a terceira, com os royalties do sistema petroleiro (R$ 31,9 bilhões). Perfeito faz uma análise sobre a alta da inflação no momento mais crítico que a economia está passando: “o efeito colateral mais visível é a inflação. Quando a moeda enfraquece quer dizer que o Estado está fraco, a economia está fraca, então essa diminuição que me chama muito à atenção e que, na minha opinião, tende a continuar aguda duramente um bom tempo ainda”, pontua.
Segundo os especialistas do mercado financeiro, o governo federal e os estados precisam chegar a um entendimento e alinhar o preço dos combustíveis. Sem dúvida, nesse momento de acordo, é o momento que tem o setor que tem impactado no bolso da família mais pobre. Em um ano, só em São Paulo, o preço da gasolina aumentou 42,3% nos bairros da capital paulista. O valor médio do combustível registrou variação de 21,91%. Os alimentos subiram no mundo inteiro e, no Brasil, não é diferente, mas a diferença é que, lá fora, a inflação não está tão alta como aqui. “A classe média baixa, principalmente, que está sofrendo com o gás de cozinha, com energia elétrica, temos visto cenas horrorosas no Brasil de luta por comida, que é inimaginável ver isso de novo. Coisa que a gente via há muito tempo atrás e voltou. Isso vai cobrar um custo político alto”, opina André Perfeito. No próximo mês, a expectativa do mercado financeiro, para o desespero do brasileiro, é de mais aumentos.
*Com informações do repórter Maicon Mendes
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