‘Alta no desmatamento não tem nada a ver com governo Bolsonaro’, diz Ricardo Salles

Ex-ministro do Meio Ambiente assegurou que o Brasil é um ‘exemplo na proteção ambiental’, não um vilão

  • Por Jovem Pan
  • 05/10/2021 09h30 - Atualizado em 05/10/2021 10h35
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Dida Sampaio/Estadão Conteúdo - 19/05/2021 Com uma máscara azul colocada ao contrário, o ministro Ricardo Salles dá entrevista Ricardo Salles reconheceu que o desmatamento vem crescendo no Brasil, com aumento a partir de 2012

O ex-ministro Ricardo Salles questiona se COP-26 pode trazer resultados efetivos para o meio ambiente. Na visão dele, existem muitas discussões e ideias, mas poucos avanços práticos. “Espero que essa discussão finamente resulte em algo. Os países que mais poluem não querem pagar, eles destruíram o meio ambiente, acabaram com as suas florestas, mas querem socializar a conta com os países em desenvolvimento, inclusive o Brasil, que é exemplo de proteção ambiental e não é vilão de nada”, disse o ex-chefe do Meio Ambiente, em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan. Ricardo Salles reconheceu que o desmatamento vem crescendo no Brasil. No entanto, ele garante que a alta “nada tem a ver com o governo do presidente Jair Bolsonaro”, mas sim com o abandono da população local.

“Moram lá 25 milhões de brasileiros que foram deixados para trás. Cuidar do brasileiro da Amazônia, que tem o pior IDH ninguém quer. Se preocupam em falar de questões climáticas e da Amazônia, mas o brasileiro da Amazônia que se dane”, afirmou, criticando líderes da discussão ambiental, como a cantora Anitta, o ator Leonardo DiCaprio e a ativista Greta Thunberg. “Gostam de falar de discussões climáticas, mas são incapazes de tomarem atitudes concretas. Lançamos o programa ‘Adote um Parque’, quantas dessas empresas que falam de meio ambiente, que ficam fazendo discurso, quantas adotaram uma unidade de conservação? Praticamente nenhuma”, pontuou.

Ainda sobre a questão ambiental, Salles disse que, considerando as definições do Acordo de Paris, o Brasil deveria receber US$ 100 bilhões por ano a partir de 2020, mas nada foi pago. “Temos os chamados créditos de REDD. O Brasil teria direitos, se estivesse negociando o seus créditos de REDD, recebendo daqueles que prometeram, no padrão da Califórnia, teríamos em torno de US$ 190 bilhões de dólares para receber. Se fosse no padrão europeu, nosso crédito saltaria para US$ 290 bilhões. Quanto nós recebemos até hoje? Menos de US$ 1 bilhão em 10 anos. Quer dizer, dá US$ 100 milhões por ano, não recebemos nada, o que nos deram e ficam repetindo é zero, é 1% daquilo que teríamos direito. E a turma ainda se sente no direito de apontar o dedo para o Brasil”, concluiu.

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