Alto número de abstenção é a principal marca do primeiro turno das eleições
Em contrapartida, especialista considera que diminuição dos votos brancos e nulos pode ser entendido como um desenvolvimento na maturidade política da população
Cerca de 32 milhões de brasileiros não compareceram às urnas no primeiro turno das eleições. Dois milhões a menos do que foi registrado quatro anos atrás, quando a abstenção atingiu 20,3% da população. Por outro lado, esse ano foi registrado o menor índice de votos brancos e nulos desde 2014. Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), esse ano foram registrados 4,20% de votos em branco e nulos, sendo que, em 2018, esse índice atingiu 8,8%. Ou seja, aproximadamente oito milhões de pessoas a mais compareceram para votar nos candidatos. Para Beatriz Finochio, cientista política, é a consolidação de que os brasileiros estão mais engajados politicamente, mostrando maioridade democrática. “A primeira eleição com a biometria, que causou fila, estresse e demora que nas outras eleições não tinha. Mesmo assim o número de abstenção foi menor, a metade de 2018. Isso mostra o quanto o eleitor está se manifestando com relação a política, coisa que no Brasil ainda é um movimento novo”, analisou. Como sobraram dois candidatos com alta taxa de rejeição, a tendência para o segundo turno e que a abstenção aumente. Um outro motivo é que em 15 das 27 unidades federativas, a eleição para governador já foi decidida em primeiro turno. “Isso vai depender muito em quem a Simone Tebet (MDB) e o Ciro Gomes (PDT) vão apoiar. Se Ciro for a Paris novamente, acho que esse número tende a aumentar ou ficar parecido com o de 2018. O segundo turno das eleições de 2018 teve a maior abstenção desde 1998 com mais de 31 milhões de brasileiros que não votaram, o que representava 21,3% do eleitorado.
*Com informações do repórter Victor Moraes
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