Ampliação de testes pós-vacina é vital para confirmar efetividade da imunização, dizem entidades

Estudo recente realizado por pesquisadores da UFRJ apontou que 85% dos que receberam a CoronaVac produziram anticorpos neutralizantes

  • Por Jovem Pan
  • 13/04/2021 08h01 - Atualizado em 13/04/2021 08h06
Secretaria de Saúde de São Paulo / Divulgação /29.11.2017 Segundo o vacinômetro, mais de 20 milhões de brasileiros já receberam pelo menos a primeira dose da vacina

Com a campanha de vacinação contra a Covid-19 se desenrolando no Brasil, mesmo que a passos lentos, quem já tomou as duas doses agora se pergunta se a vacina realmente teve o efeito desejado. Um estudo recente realizado por pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro apontou que 85% dos pacientes que receberam a CoronaVac produziram anticorpos neutralizantes e outros 15% não desenvolveram resposta imune ao vírus. Para a Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial, isso demonstra que cada organismo responde de maneira diferente à vacina e que provavelmente nem todas as pessoas vão desenvolver a defesa necessária para bloquear a doença.

O presidente da entidade, Carlos Ferreira, ressalta que para entender melhor esse cenário, os exames sorológicos são os mais indicados. “Os laboratórios têm os tipos de testes, que são a pesquisa de anticorpos neutralizantes ou a solicitação de um IgG anti S ou anti-RBD. São testes que fazem essa avaliação pós-vacinal. Os testes já estão disponíveis, a gente não tem uma indicação formal para solicitação. A gente tem muita, ainda, pesquisa acontecendo. Mas os testes já estão disponíveis para prática clínica.” No mês passado, a Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica denunciou à Anvisa que uma rede de drogarias estaria oferecendo, de forma indevida, testes para detectar se pessoas vacinadas têm ou não anticorpos para o coronavírus.

A entidade afirma que a realização de exames em farmácias foi útil no início da pandemia, quando os laboratórios públicos e privados não tinham reagentes suficientes para executar os testes. O diretor do Comitê Técnico de Análises Clínicas da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica, Alex Galoro, afirma que a capacidade de testagem aumentou no Brasil desde aquela época, mas admite que ainda não é o suficiente. “O ideal e as recomendações é que se testasse mais nas pessoas que tivessem algum sintoma ou contactantes dos que testaram positivo. Com isso, você poderia ter ações que controlassem melhor o isolamento e evitassem essa transmissão dessas pessoas para as demais.”

O presidente da Confederação Nacional de Municípios, Glademir Aroldi, também defende a testagem em massa para melhor análise sobre as novas variantes. “Falta também, no nosso entendimento, um mapeamento nacional sobre a propagação das novas variantes que, combinado com uma baixa testagem, resulta em um verdadeiro cenário que estamos apenas enxugando gelo.” De acordo com o vacinômetro do Ministério da Saúde, mais de 20 milhões de brasileiros já receberam pelo menos a primeira dose da vacina.

*Com informações da repórter Letícia Santini 

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