Aneel aciona bandeira vermelha 2 e conta de luz ficará mais cara em junho
Mudança significa cobrança de R$ 6,24 para cada 100 kWh consumidos; falta de chuvas e os baixos níveis nos reservatórios preocupam o governo
Regiões do Brasil registraram apagão no fornecimento de energia elétrica nesta sexta-feira, 28. O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) informou que o problema foi pontual, rápido e atingiu algumas localidades do Nordeste, o Sul de Minas Gerais e o Distrito Federal, onde a falha de energia durou cerca de 20 minutos. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) encaminhou ofício à hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, dando 24 horas para que seja explicado o problema que levou a um corte de carga no chamado Sistema Interligado Nacional. Segundo a Aneel, houve um primeiro desligamento por volta das 11 horas que acabou provocando uma sobrecarga nos outros polos do sistema de transmissão e, consequentemente, ao desligamento de um segundo sistema. A agência reguladora cobra também esclarecimentos sobre o que está sendo feito para evitar novos problemas no futuro. Nesta sexta, o presidente Jair Bolsonaro voltou a alertar para o risco de faltar energia no país. “Se bem que nós estamos vivendo aqui uma pós-crise energética no país, não chove, temos problema”, disse.
Por isso, a Aneel anunciou que a conta de luz ficará mais cara em junho por causa da bandeira tarifária patamar 2, que é mais cara. O aumento significa R$ 6,24 cobrados a cada 100 quilowatts hora consumidos. Anteriormente, o presidente havia alertado para o problema da falta de chuvas em algumas regiões do país. No momento, o governo federal não considera a possibilidade de racionamento. Entretanto, a recomendação é que a energia elétrica seja usada de forma racional. Devido a falta de chuvas e ao baixo nível nos reservatórios das principais hidrelétricas brasileiras, o Operador Nacional do Sistema está fazendo um levantamento da capacidade de fornecimento emergencial das térmicas, que são ligadas em momentos de escassez de água para suprir a necessidade de fornecimento de energia no país e evitar a possibilidade de desabastecimento. Para evitar o apagão, o presidente Bolsonaro editou nesta sexta decreto que regulamenta a contratação de usinas reservas, que só serão acionadas em caso de problemas.
Em entrevista à jornalista Denise Campos de Toledo, na Jovem Pan, o secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida reforçou a necessidade do governo avançar na agenda de privatizações. Segundo ele, o problema da falta de chuva fortalece a necessidade de se privatizar a Eletrobras. “A necessidade de melhorarmos marcos legais de energia para dar toda tranquilidade de energia para a população brasileira. A privatização da Eletrobras vai fazer para a população brasileira o que a privatização da Telebrás fez, é você aumentar a oferta de um produto em um preço melhor”, pontuou.
*Com informações da repórter Luciana Verdolin
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.