Anvisa prevê uso emergencial de vacina contra Covid-19 apenas no SUS

Segundo a agência, a rede privada só deve receber doses de possíveis imunizantes em 2022

  • Por Jovem Pan
  • 03/12/2020 07h12 - Atualizado em 03/12/2020 08h34
EFE/EPA/HOTLI SIMANJUNTAK/Archivo A Anvisa não recebeu ainda qualquer pedido de registro ou utilização emergencial da vacina

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) definiu critérios para o uso emergencial de vacinas contra a Covid-19. A autorização será temporária e pode ser revista a qualquer momento, caso os testes indiquem que o risco do imunizantes não compensaria o benefício que ela pode trazer. O gerente de medicamentos da Anvisa, Gustavo Mendes, explicou que não há como a agência se comprometer ainda com datas para o início da vacinação, sendo que essas vacinas sem registro não poderão ser comercializadas, apenas utilizadas em campanhas de vacinação do governo federal. Com isso, as clínicas particulares, neste primeiro momento, não terão acesso aos imunizantes. Todas as doses serão direcionadas para o setor público e a previsão é que só seja possível pagar pela vacina da Covid-19 em 2022. A Anvisa espera pela chegada dos primeiros pedidos de autorização emergencial de laboratórios que tiverem estudos na chamada fase 3 de testes, sendo que as etapas devem estar sendo feitas no brasil. A Anvisa vai considerar público alvo, possíveis efeitos colaterais e o procedimento de fabricação na hora da análise. “A autorização de uso emergencial não implica diminuir os critérios e o rigor de qualidade, segurança e eficácia necessários. Ainda existem dados a serem gerados, ainda existem informações a serem compiladas.”

A Anvisa não recebeu ainda qualquer pedido de registro ou utilização emergencial da vacina. Gustavo Mendes ressaltou que existem diferenças importantes entre os dois processos. “A autorização de uso emergencial vai ser focada naquela população alvo e a vacina ainda vai estar em fase experimental, não vai ter o registro. A autorização não é um registro, não vai permitir comercialização. São instituições separadas, são vias separadas de acesso”, explicou. O presidente Jair Bolsonaro afirmou que por ser emergencial uma das clausuras dos contratos que deverão ser assinados com os laboratórios é que eles não se responsabilizarão por possíveis problemas colaterais imediatos ou futuros. O presidente prometeu deixar as regras muito claras para quem quiser tomar a vacina. Como já teve a Covid-19, o presidente disse que não precisa do medicamento, uma vez que já estaria imunizado.

*Com informações da repórter Luciana Verdolin

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