Anvisa rebate João Doria sobre possível aplicação da CoronaVac sem aval

Em nota, o órgão ressaltou que uma eventual aprovação do imunizante na China não implica na permissão automática no Brasil

  • Por Jovem Pan
  • 27/11/2020 06h35 - Atualizado em 27/11/2020 12h08
ROBERTO CASIMIRO/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO João Doria disse que tem um Plano B para vacinação no Estado, caso o ministério da Saúde deixe a CoronaVac fora do programa nacional

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou que ainda não recebeu os resultados dos testes em seres humanos da Coronavac, vacina chinesa testada pelo Instituto Butantan. Após reunião nesta quinta-feira, 26, o instituto confirmou que o pacote de informações necessárias para avaliação não foi concluído. Em nota, a Anvisa ressaltou que uma “eventual aprovação de uma vacina pela autoridade regulatória da China não implica na aprovação automática para o Brasil”.  A declaração ocorre na mesma semana em o governador de São Paulo, João Doria, indicou que a CoronaVac poderia ser liberada sem o aval da Anvisa, levando em conta critérios da própria agências e de órgãos reguladores internacionais, durante entrevista a um site de notícias.

“Não há outro caminho que não liberar [a CoronaVac] dentro dos critérios que a Anvisa tem, que são os mesmos critérios de protocolos internacionais de outras agências de vigilância sanitária que também estão avaliando a vacina CoronaVac, nos Estados Unidos, na Europa, sobretudo na Ásia. Essas agências, se validarem a vacina, ela estará validada independentemente da própria Anvisa”, disse na ocasião. No entanto, posteriormente, pelo Twitter, o governador João Doria esclareceu que há diferenças entre a validação fora do país e autorização para aplicação no território nacional, e reiterou a confiança no trabalho da Anvisa.

Em coletiva no Palácio dos Bandeirantes nesta quinta-feira, Doria disse que tem um Plano B para vacinação no Estado, caso o Ministério da Saúde deixe a CoronaVac fora do programa nacional. “Vamos vacinar e salvar os brasileiros de São Paulo, se necessário for, caso do plano do governo federal não apresenta consistência, eficiência e a plenitude para contemplar todas as vacinas aprovadas pela Anvisa e em condições de serem utilizadas pelo seu grau de eficácia”, afirmou. O governador também criticou a falta de um plano nacional de imunização contra a Covid-19.  “Registro como governador do Estado de São Paulo a minha perplexidade com o fato de não termos ainda um programa nacional de imunização. O governo federal já deveria ter anunciado o programa nacional de imunização. Nós já temos três vacinas que estão em fase de aprovação pela Anvisa, incluindo a Coronavac.” O governo de São Paulo deve iniciar o processo de importação de matéria-prima na semana que vem. O Instituto Butantan acredita que 46 milhões de doses da Coronavac estarão prontas para aplicação em janeiro de 2021.

*Com informações da repórter Nanny Cox

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