‘Anvisa tem obrigação de agir com mais imparcialidade’, afirma senador Angelo Coronel
Parlamentar, que integra CPI da Covid-19, espera que o diretor do órgão regulador, Antônio Barra Torres, esclareça pontos cruciais na comissão
O senador Angelo Coronel, que integra a CPI da Covid-19, afirmou que, diante dos números da pandemia, é mais importante pensar em salvar vidas do que focar no passado. “[Precisamos] pressionar o governo para que acordos sejam feitos para vacinas. É um absurdo o que aconteceu com a Sputnik V. É por isso que temos que agir na CPI com rapidez e celeridade, sem politicagem, para colocar a vacina para imunizar a sociedade brasileira.” Angelo Coronel foi o responsável pelo requerimento que convocou o diretor do órgão regulador, Antônio Barra Torres, para depor na comissão na próxima quinta-feira, dia 6 de maio. Ele também quer saber se houve alguma negligência na negociação ou na aquisição do imunizantes com laboratórios e fabricantes, além dos motivos de possíveis omissões.
Em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan, o senador argumentou que, por ser um órgão regulador, a Anvisa precisa explicar metodologias, demoras e entraves. “Já basta o negacionismo do governo. A Agência tem obrigação de agir com mais imparcialidade e espero que ele [Barra Torres] esclareça para a CPI. Porque se ele for conivente com essa não entrada de vacinas no Brasil, ele pode ser indiciado criminalmente. Não podemos conceber que vidas sejam ceifadas por causa da burocracia governamental”, completou. Entretanto, ele não vê muito sentido na investigação dos passeios do presidente Jair Bolsonaro desde março de 2020. “Mostrar que ele negou a ciência? Não usa máscara? Aglomera? Isso não vai chegar em lugar nenhum, todo o Brasil já sabe. Temos que ter ações efetivas, não dá para ficar só na politicagem. Se ficar na politicagem, vai se transformar em uma grande pizza.”
Angelo Coronel também classificou como “absurdo” as crises na relação Brasil-China, tendo em consideração que o país asiático é o maior parceiro comercial brasileiro e maior fornecedor do insumo farmacêutico ativo (IFA) para produção de vacinas. “E os ministros brigam como se tratassem com o inimigo. Na vida empresarial e política, fornecer você tem que tratar bem. São eles que liberam matéria-prima para a sua empresa. No caso da China, eles que fornecem insumo para produzir vacina e atender parte da demanda. Ernesto Araújo criou essa cizânia com a China, Guedes gravou aquele infeliz vídeo. O que eu tenho notado é que, no próprio seio do governo, está cheio de inimigo. Até parece que há uma conspiração das pessoas que ele indicou para cargos do primeiro escalão para derrubá-lo.”
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.