Apenas 3% do lixo seco gerado no Brasil é reciclado

Dados apontam que 74,4% dos municípios brasileiros conta com sistema de reciclagem, mas de forma inicial, o que acaba sobrecarregando a destinação final

  • Por Jovem Pan
  • 10/10/2022 08h59
Crédito:CÉLIO MESSIAS/ESTADÃO CONTEÚDO/AE/Codigo imagem:23448 Montanha de lixo com urubus voando em cima Brasil, Ribeirão Preto, SP. 25/08/2008. Lixão da cidade, interditado pela CETESB, obriga a Prefeitura Municipal a exportar as 500 toneladas de lixo produzido pela população por dia, para o aterro sanitário de Guatapará.

Apenas 3% do lixo seco gerado no Brasil é reciclado. O número parece baixo, mas segundo Carlos Silva Filho, diretor-presidente da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), o dado é considerável quando se leva em conta o volume de lixo do país: “Desse total que é gerado, pouco mais de 33% são materiais recicláveis secos. Então nós temos algo entorno de 27 milhões de toneladas por ano desses materiais recicláveis sendo gerados. Para que esses materiais descartados e resíduos recicláveis possam ser reaproveitados, nós precisamos de todo um processo de logística, separação e aproveitamento de forma a transformar esse resíduo em um recurso. Atualmente, o percentual de aproveitamento gira no entorno de 3%. Que se formos analisar, no todo o resíduo gerado no Brasil, dá mais de 2 milhões de toneladas por ano. É um volume bastante considerável que já está sendo aproveitado”. Esse número pode aumentar com o desenvolvimento de uma estrutura necessária para reciclagem e coleta.

Dados da Abrelpe mostram que 1 em cada 4 cidades brasileiras ainda não contam com iniciativas de coleta seletiva. O levantamento também aponta que 74,4% dos municípios brasileiros conta com o método, mas de forma inicial, o que acaba sobrecarregando o sistema de destinação final. Cerca de um terço dos resíduos gerados no Brasil são materiais recicláveis secos, que somam 28 milhões de toneladas por ano. A maior quantidade produzida é a de plástico, que totaliza 13,8 milhões de toneladas, seguido de papel e papelão, com mais de 8,5 milhões de toneladas. Vidros, metais e embalagens multicamadas somam 5,2 toneladas anuais. Esses materiais podem ser pedidos devido à falta de coleta seletiva. “Se nós não tivemos um sistema de coleta seletiva, não adianta separar dentro de casa que esse material não vai chegar onde precisa. E se a indústria não estiver capacitada, habilitada e estruturada para receber o material, ele acaba se perdendo no meio do caminho”, explicou o diretor-presidente da Abrelpe. A região Sul tem o maior percentual de municípios com iniciativa de coleta seletiva, com 91,2%. Seguida pelo Sudeste com 90,6% e Norte com 65,3. As regiões Centro-Oeste e Nordeste estão abaixo de 50%, com 49,5% e 43,3%, respectivamente.

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.