Após ameaça, militares do Myanmar matam mais de 100 pessoas durante protesto
Em mensagem lida na TV estatal, forças de segurança informaram que os manifestantes corriam ‘risco de serem baleados na cabeça e pelas costas’ se realizassem atos neste sábado, 27
As forças militares de Myanmar foram à TV estatal na sexta-feira, 26, fazer uma ameaça. Em uma mensagem lida por uma voz feminina, sob o som de um piano, eles informaram que manifestantes corriam o risco de serem baleados na cabeça e pelas costas se realizassem protestos neste sábado, comemorado o dia das Forças Armadas do país. Para celebrar a data, o regime preparou um desfile, mas os manifestantes não se intimidaram.
Antes mesmo do dia nascer, um grupo caminhou pelas ruas da cidade de Dawei segurando velas, em protesto contra o golpe militar realizado em primeiro de fevereiro. Ao longo do dia, as manifestações se intensificaram, assim como a repressão. O resultado foi um dos dias mais violentos em Myanmar. Nas redes sociais, o alto comissariado da ONU para direitos humanos afirmou que crianças estão entre as vítimas. Segundo a postagem, a violência das forças militares está aumentando a ilegitimidade do golpe e a culpabilidade dos líderes. O Reino Unido também se manifestou. O ministro das Relações Exteriores, Dominic Raab, escreveu em um comunicado que o assassinato de civis desarmados, incluindo crianças, marca um novo nível na repressão aos protestos.
*Com informações do repórter Vinícius Nunes
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