Após PEC ser derrotada, Bia Kicis diz que voto impresso gerou ‘debate vitorioso’ na sociedade

Deputada acredita que a discussão ‘acendeu uma chama’ na população, que está inconformada: ‘Não se cala a sociedade dessa forma’

  • Por Jovem Pan
  • 11/08/2021 09h49
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Najara Araújo/Câmara dos Deputados Deputada Bia Kicis fala durante sessão sobre o voto impresso Para a parlamentar, a derrota do tema na comissão especial e no plenário é resultado de uma campanha de desinformação

A Câmara dos Deputados colocou um ponto final na discussão sobre a utilização do voto impresso nas eleições de 2022. Em plenário nesta terça-feira, 10, os parlamentares decidiram pela rejeição da Proposta de Emenda à Constituição (PEC), que recebeu apenas 229 dos 308 votos necessários. Com o resultado, o presidente Arthur Lira afirmou que “o assunto está encerrado”. No entanto, para a relatora da proposta original, deputada Bia Kicis, a derrota no plenário não deve calar a sociedade. “A PEC pode ter sido derrotada na Câmara, mas na sociedade esse foi um debate foi vitorioso”, disse a parlamentar, afirmando que a discussão “acendeu uma chama” na população. “Acredito que o debate não esteja encerrado. Não se cala a sociedade dessa forma, o assunto está muito vivo, as pessoas estão inconformadas. Vamos ter que lidar com o fato que estamos vivendo um momento sem transparência. Não dá para enganar a sociedade o tempo todo, vamos ver como o debate vai se colocar na sociedade”, pontuou em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan, nesta quarta-feira, 11. 

Para a parlamentar, a derrota do tema na comissão especial e no plenário é resultado de uma campanha de desinformação e de uma concentração de poder do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que, segundo ela, é responsável por regulamentar as eleições, fazer resoluções e fiscalizar. “Os mesmos julgadores que julgam as contas dos partidos, que decidem quem fica na presidência de cada partido, que aprova cassação de políticos são também ministros do Superior Tribunal Federal (STF), que tem competência jurídica sobre os parlamentares. É muita concentração de poder e estamos vendo que não dá certo”, afirmou. Na visão de Bia Kicis, a mudança de postura dos deputados aconteceu após a reunião de partidos com ministros do Supremo, quando 11 presidentes das legendas se posicionaram contra o voto impresso.

“Mudou completamente o placar, como negar a interferência externa? O que me deixa preocupada é ver o parlamento se curvando, tem hora que ele não zela pelas suas atribuições como a Constituição determina que faça”, reconheceu a parlamentar. Ao ser questionada se a falta de apoio de deputados do Centrão seria uma “traição ao governo”, Bia Kicis disse não saber sobre as negociações dos parlamentares com o governo Bolsonaro. No entanto, ela afirmou que “a sociedade foi traída” com o resultado da votação em plenário. “As eleições, o resultado das eleições, a aceitação não é o que está em risco, o que está em risco é a transparência eleitoral. O fato é que as pessoas não estão se sentindo seguras. Como disse a deputada Caroline de Toni, eleições sem transparência? Isso é o golpe.”

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