Após ser chamado de autoritário, Bolsonaro diz que ‘conspira’ pela Constituição
Presidente disse sua conspiração é para que as regras sejam cumpridas; ele pretende encaminhar ao Senado um pedido de impeachment contra o ministro Luis Roberto Barroso
Em meio às de críticas pelo pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente Jair Bolsonaro se defendeu. Ao ser acusado de estar sendo autoritário, ele afirmou que o objetivo é garantir que as regras sejam cumpridas. “Estou conspirando sim, e muito, para que todos cumpram a nossa Constituição. Essa é a minha conspiração”, disse. O senador Lasier Martins defendeu, em entrevista à Jovem Pan, o direito do presidente, mas admitiu que o momento atual é perigoso. Segundo ele, o problema é que o STF tem extrapolado suas funções ao comandar um inquérito irregular. “Direito de qualquer cidadão é promover pedido de impeachment, desde que apresente os seus argumentos e as suas provas. Até hoje, se por um lado pode fazer impeachment contra presidente, pode cassar deputados, senadores, por que não pode processar ministro do Supremo que tem ultrapassado as suas atribuições”, questionou.
A ministra Carmén Lúcia, também do STF, negou que o país esteja flertando com o autoritarismo ou que as pessoas estejam elegendo tiranos. “Não temos vocação para tirania. Pode haver os que gostam de um tirano, pode até haver, o que para mim já é uma doença cívica”, disse a magistrada. Ela ressaltou que não há outro modelo aceitável que não seja a democracia, uma vez que a “liberdade é que alimenta o pensamento e a alma”. Por isso, Carmén Lúcia saiu em defesa do sistema eleitoral brasileiro. “As runs eletrônicas são confiáveis e confiadas pelo cidadão brasileiro. Quem planta contra tem que pelo menos ter uma pergunta: há quem interessa o caos? Há quem interessa a desinformação, a ausência de liberdade”, questionou. O presidente Jair Bolsonaro pretende encaminhar ao Senado pedido de processo de impeachment também contra o ministro Luis Roberto Barroso por causa da disputa do voto impresso. O chefe do Executivo continua defendendo a ideia, mesmo depois dela ser barrada na Câmara dos Deputados.
*Com informações da repórter Luciana Verdolin
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