Aras publica vídeo antigo em que critica uso da Justiça para fim político
Em trecho de entrevista com jornalistas e correspondentes estrangeiros, PGR discursou sobre abusos do sistema jurídico por interesse de parlamentares
O procurador-geral da República, Augusto Aras, publicou um vídeo antigo em seu canal no YouTube nesta sexta-feira, 29. No registro de uma reunião do início do mês de julho, Aras falou com jornalistas e correspondentes estrangeiros e, no trecho específico postado, discursou sobre abusos do sistema jurídico por interesse de parlamentares. “Nós temos um fenômeno na nossa gestão que é novo. É o fenômeno de vários parlamentares fazerem representações sobre o mesmo fato, para provocar matérias de jornal sobre o mesmo fato.Lamentavelmente isso toma conta de servidor, de procurador e da própria instituição”, declarou o PGR.
Aras afirmou ainda que, além do Ministério Público Federal (MPF), o Supremo Tribunal Federal (STF) também vem sofrendo com o que caracterizou como “criminalização da política”: “O próprio STF passou a ser vítima, como nós, de representações e notícias-crimes que não tem nenhum lastro legal. Mas tudo isso faz parte de um uso do sistema de justiça para fins políticos. E está na hora de apurarmos os abusos”. O PGR também salientou que, por enquanto, o judiciário ainda não tomou medidas a respeito da imunidade parlamentar porque neste momento a intenção é conscientizar sobre esse tipo de conduta.
Esta é a segunda publicação que Aras faz na internet em apenas uma semana. Na terça-feira, 26, o vídeo escolhido foi de uma reunião com parlamentares da oposição em que afirmou que o Ministério Público (MP), em todas as esferas, está de olho e toma medidas preventivas para evitar eventuais episódios violentos em manifestações no 7 de setembro. Em outra publicação, feita antes da reunião de Jair Bolsonaro (PL) com embaixadores, o PGR reafirmou em vídeo sua confiança no sistema eleitoral. Na ocasião, o presidente da República tinha feito críticas às urnas eletrônicas.
*Com informações da repórter Carolina Abelin
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