Artistas e amigos lamentam a morte de Zuza Homem de Mello

Gilberto Gil e Caetano Veloso publicaram nas redes sociais lembranças sobre o maestro

  • Por Jovem Pan
  • 05/10/2020 08h15 - Atualizado em 05/10/2020 11h02
ALF RIBEIRO/ESTADÃO CONTEÚDO Zuza Homem de Mello morreu aos 87 anos, no apartamento onde morava, vítima de um infarto

“Zuza nos deixou em paz após viver uma vida plena”. Assim, a família de Zuza Homem de Mello se despediu de um dos mais importantes pesquisadores da história da música brasileira. Nas redes sociais, amigos, colegas de profissão e admiradores também prestaram homenagens. O cantor Gilberto Gil disse que sente muito pela passagem do jornalista musical e relembrou uma gravação recente em que estiveram juntos. Caetano Veloso afirmou que foi presenteado com a convivência educadora de Zuza e saudou a existência do crítico.

João Bosco compartilhou um dos momentos com o amigo e o descreveu como um “brasileiro imenso, profundo conhecedor e apaixonado pela música brasileira”. O maestro Julio Medaglia, destacou a importância da obra de Zuza Homem de Mello. Medaglia foi um dos responsáveis pela indicação de Zuza à Academia Paulista de Letras, em 2018. Outros profissionais também prestaram homenagens ao maestro e falaram sobre passagens da sua vida. O jornalista Julio Maria, amigo de Zuza, diz que o último trabalho do pesquisador foi uma biografia de João Gilberto. “Ele estava felicíssimo, ele chorou lembrando histórias com o João, todo mundo tem que ouvir. Esse livro está pronto. Zuza entregou esse livro e, infelizmente, dias depois faleceu.”

Nos anos 50, Zuza Homem de Mello foi estudar na Julliard School of Music, a principal escola de música do mundo. Ele chegou a ter aulas com Ray Brown, um dos maiores baixistas da história. Esse período foi retratado no documentário “Zuza Homem de Kazz”, de 2018. Em entrevista à TV Brasil sobre o filme, ele contou que não queria aprimorar técnicas de som e sim, aprender a escrever sobre música. Zuza também fez trabalhos ao lado de músicos como Elis Regina, Milton Nascimento e Gilberto Gil. Ele dirigiu festivais e produziu e apresentou atrações no rádio e na TV. Na Jovem Pan, fez o programa “música nas veias”. Zuza Homem de Mello morreu aos 87 anos, no apartamento onde morava, vítima de um infarto.

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@zuzahomem_demello (Zuza Homem de Mello) morreu dormindo. Ou pelo menos é o que podemos imaginar, tendo-o conhecido. Paz perene, Zuza foi a melhor pessoa que conheci nos bastidores da TV Record entre 1966 e 1968, quando esta era a emissora mais focada em música que existia mundo (ainda não havia a antiga MTV). O livro que Zuza escreveu feito de conversas que teve com tudo quando é músico, compositor e cantor brasileiro nos 1960, é terno, equilibrado e rico. E tem, na estrutura, uma ideia crucial: todos os entrevistados falam em João Gilberto. E João Gilberto é o único que não fala. Zuza viveu lúcida e tranquilamente observando o desenvolvimento da Música Popular Brasileira e, em artigos, livros e lives, iluminando-a. Ele cuidava do som na TV. Mas ir à casa dele (não em festas de anfitrião vaidoso, mas em conversas íntimas e audição de clássicos da canção popular do mundo) era a coisa mais importante que podia acontecer a um contratado da Record. Eu fui presenteado com essa convivência educadora e quero saudar a existência e Zuza. Sinto saudade e orgulho de tê-lo tido como uma espécie muito especial de amigo. 📸 Alf Ribeiro/FOLHAPRESS #CaetanoVeloso #ZuzaHomemdeMello

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*Com informações do repórter Vinicius Moura

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