Autonomia não distancia Banco Central do regime de metas, diz Campos Neto

O presidente da instituição defendeu ainda concentrar a ajuda financeira do governo nas empresas

  • Por Jovem Pan
  • 06/11/2020 07h17
Edilson Rodrigues/Agência Senado Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central Campos Neto enfatizou que o país vem registrando aumento nas horas trabalhadas e foi um dos que mais gastaram com auxílio a população durante a pandemia

Apesar de ter aceitado um mandato duplo em seu projeto de autonomia, o Banco Central (BC) não está se distanciando do regime de metas de inflação. A afirmação é do presidente da autoridade monetária, Roberto Campos Neto. Além de zelar pela estabilidade dos preços, o BC também passaria, de forma secundária, a fomentar o emprego. Para ele, o entendimento deve ser colocado em prática. “Existia uma ideia de que a gente deveria usar uma expressão muito forte [sobre o fomento ao emprego] e a gente falou não. A gente acha que tem que ser fomentar e e deixar bem claro que é um objetivo secundário. Nós não queremos passar uma mensagem que estamos nos distanciando do sistema de metas.”

Campos Neto elogiou a postura do Senado Federal nas discussões e diz que a situação está bem encaminhada também na Câmara dos Deputados. “Foi um processo bastante amplo, conversamos bastante com o Legislativo. É um primeiro passo, precisamos construir um entendimento na Câmara. Acho que está bem encaminhado, é preciso focar um pouco, agora, nesse debate com a Câmara”, disse. Ele vê risco do endividamento da economia mundial prejudicar o crescimento da atividade, embora creia que este não seja o cenário mais provável. O presidente do BC defende ainda concentrar ajuda financeira do governo nas empresas. Roberto Campos Neto enfatizou ainda que o país vem registrando aumento nas horas trabalhadas e foi um dos que mais gastaram com auxílio a população durante a pandemia do coronavírus.

*Com informações do repórter Daniel Lian

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