Avenida Paulista registra aumento de 32% de casos de furtos de celular

No ano passado, foram registrados 224 casos e, neste anos, já foram 268 notificações, aponta a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo

  • Por Jovem Pan
  • 01/07/2022 11h56 - Atualizado em 01/07/2022 12h12
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Marcelo Camargo/Agência Brasil avenida paulista Avenida Paulista tem atraído bandidos a realizarem furtos de aparelhos de celular

Além de cartão postal de São Paulo, a Avenida Paulista concentra grandes empresas e instituições. Diariamente passam cerca de 1 milhão de pessoas por ali. Em meio a trabalhadores e turistas, o lugar tem se tornado atrativo para os criminosos, que buscam sobretudo celulares. O aparelho, além de custar caro, pode dar acesso às contas bancárias das vítimas. E as bicicletas são os principais meios utilizados para esses crimes. A Jovem Pan News fez um levantamento com base nos números da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo e revelou que houve um aumento de 32% nos furtos de celulares na Avenida Paulista. No ano passado, foram registrados 224 furtos e neste já foram 268 notificações.

Renata Mariane trabalha entregando cartões na Avenida Paulista. Nas ruas, ela já viu bastante coisa, mas o que mais tem chamado a atenção é o aumento dos furtos de celulares. Ela diz que a região está cada vez mais perigosa. “Aqui é muito perigoso. Se você sai com o celular na mão, você fica sem a mão também. E outra, aqui o pessoal fica andando atrás de você, procurando você, quando você está indo para um cantinho, a pessoa vai e te rouba. Ou no meio da ‘muvuca’ também”, afirma Renata. Renata conta ainda que não se sente segura e toma bastante cuidado. “Muito cuidado, ainda nós mulheres que andamos sozinhas, tem que correr neste mundo ou andar protegida. Sempre o celular no bolso ou dentro das calças, dentro da bolsa… saindo já coloca a bolsa na frente, para proteger”. Já Raiane Silva, que passa diariamente pela Avenida Paulista, diz que sempre vê assaltos e furtos: “Eu vejo a toda hora na minha frente, no metrô, sempre acontece. E ainda saio correndo, que eu tenho medo”.

O delegado titular do 78ª delegacia de polícia, Percival Alcântara, diz que o aumento tem relação com a maior circulação de pessoas após as medidas de flexibilização da pandemia da Covid-19 e afirma que a polícia tem atuado de diversas formas para coibir esses crimes. “De forma disfarçada, de forma velada, nós monitoramos possíveis assaltantes, possíveis furtadores e, assim, conseguimos efetuar a prisão e recuperar o celular que foi furtado”, diz. Ele explica, inclusive, que esse tipo de ação foi utilizada também durante a Parada do Orgulho LGBTQIA+ em São Paulo. “Cada caminhão com um artista tinha um policial infiltrado, em cima, que dava as coordenadas para os policiais embaixo, para que capturassem os possíveis furtadores de celular”, revelou.

A equipe de reportagem da Jovem Pan teve acesso a imagens do momento em que assaltantes chegam em duas motos para roubar um grupo de homens que estão parados na calçada de uma rua do bairro do Jardins. No momento do roubo, eles são surpreendidos e alvejados por um policial. O presidente do Conseg Jardins e Paulista, Rodrigo Salles, conta que, no início deste ano, tinha pouca polícia nas ruas para a quantidade de assalto. Para ele, além da atuação das autoridades é preciso apoio da população. “Tinha uma defasagem desse policiamento, mas isso foi corrigido, isso foi ajustado e, hoje, nós temos uma polícia que está trabalhando para uma resposta à sociedade. Só que é muito importante sabermos que a sociedade tem que fazer sua parte também. Que a pessoa tenha esse cuidado. Que a pessoa esteja consciente, use, mas use com responsabilidade, tome cuidado. O momento exige uma contribuição de todos”, diz.

*Com informações da repórter Camila Yunes

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