Barroso demonstra sistema da urna eletrônica a deputados nesta segunda
Presidente do TSE recebe membros da comissão especial que discute a adoção do voto impresso; a proposta é que os parlamentares tenham acesso aos computadores e à sala cofre do Tribunal
Para tentar convencer os deputados da comissão temporária que discute a implantação do voto impresso de que a urna eletrônica é segura, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, convidou os parlamentares para conhecer o sistema eletrônico de votação. Os deputados vão ter acesso aos computadores e à sala cofre do Tribunal em Brasília. O ministro tem alertado que, ao contrário do que se prega, a impressão do voto pode abrir espaço para fraudes. Ele alerta que será criado um problema, uma vez que será necessário armazenar cerca de 150 milhões de votos. “Esses votos precisam transportados, armazenados, vigiados e, no caso de pedido de recontagem, contados manualmente. E sempre foi aí que repousaram as fraudes da experiência brasileira, sem mencionar a preocupação desses votos em uma país que se rouba cargas e que vamos ter que proteger esses votos da milícia no Rio, do PCC em São Paulo e do Comando do Norte não sei aonde”, disse.
O presidente da comissão especial, o deputado Paulo Martins reclama que o TSE tem colocado dificuldades para a adoção do voto impresso, uma vez que não quer que mude nada. Um dos argumentos do ministro Barroso é que mesmo que a proposta seja aprovada, o tempo seria curto demais para implementar as mudanças já para as eleições de 2022. Paulo Martins admite que um escalonamento pode constar no texto final, mas considera que um ano seria um bom prazo. No Congresso Nacional, a reclamação dos parlamentares é que faltaria boa vontade do Tribunal para esclarecer as questões mais técnicas.
“Nós temos tido muita dificuldade em ter acesso às questões técnicas do Tribunal. Um membro da parte técnica do tribunal já foi convidado a ir na Comissão, o ministro também não foi à Comissão, compareceu em uma comissão geral, mas que não é possível o debate, então 02 não foi satisfatório”. pontuou o deputado. O presidente Jair Bolsonaro é um dos grandes defensores da impressão do voto. Ele tem afirmado que teria provas de que a eleição de 2018 teria sido fraudada porque ele teria sido eleito em 1º turno. O mandatário tem apontado também problemas nas eleições de 2014, quando a ex-presidente Dilma Rousseff derrotou o tucano Aécio Neves.
*Com informações da repórter Luciana Verdolin
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