Fachin menciona ‘violência contra Constituição’ ao comentar questionamentos sobre voto eletrônico

Ministro afirmou que ‘diluição do processo eleitoral’ cria desertores da democracia e declarou que tem ‘preocupação com aquilo que se avizinha’

  • Por Jovem Pan
  • 19/06/2021 12h36
Marcelo Camargo/Agência Brasil O ministro do STF, Edson Fachin Presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Edson Fachin afirmou que não compete às Forças Armadas exercerem papel de atuar como "controle externo" da Corte

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Edson Fachin, manifestou nesta quinta-feira, 18, preocupação com movimentos e manifestações recentes que têm questionado a legitimidade do processo eleitoral brasileiro, sobretudo do sistema eletrônico de votação. Em evento organizado pela Associação dos Juízes Federais, Fachin não citou nomes, mas demonstrou preocupação com o que chamou de discursos autoritários no Brasil. “Eleições periódicas não constituem por si só o remédio para a bula democrática, mas elas são imprescindíveis. Portanto, diluir o processo eleitoral, diluir o sistema eleitoral, está criando um novo tipo de desertor no Brasil, que são os desertores da democracia, que se acham acima da Constituição, que atuam contra a Constituição e fora da Constituição”, afirmou.

Também na quinta-feira, o presidente Jair Bolsonaro alertou para uma possível convulsão social se o voto impresso não for adotado nas eleições do ano que vem. Para Fachin, não é hora do judiciário silenciar. “Eu estou entre aqueles que têm uma grande preocupação com aquilo que se avizinha no horizonte. Não é hora de silenciar, calar agora é cumplicidade e como magistrado não vou cruzar os braços diante da violência contra a Constituição”, afirmou. O ministro Edson Fachin assume a presidência do TSE em fevereiro e será responsável pela coordenação da disputa eleitoral de 2022.

*Com informações da repórter Letícia Santini

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