Bolsonaro diz que escolas não deveriam ter parado aulas presenciais na pandemia
Segundo o presidente, pesquisas já mostraram que a possibilidade de óbitos de crianças por Covid-19 é quase nula
O presidente da República, Jair Bolsonaro, disse nesta quarta-feira, 16, que as escolas não deveriam ter parado na pandemia. Segundo ele, o Brasil é o país há mais tempo com salas de aula fechadas. O presidente criticou gestores e lembrou que pesquisas já mostraram que a possibilidade de óbitos de crianças por Covid-19 é quase nula. “Não tínhamos por que fechar escolas, mas as medidas restritivas não estavam mais nas maõs da presidência da República. Somos o país com o maior número de dias de ‘lockdown’ nas escolas. Isso é um absurdo”, afirma.
A indefinição sobre a reabertura das escolas preocupa pais, alunos e professores e divide especialistas, que veem risco menor para alunos mais velhos. Em São Paulo, parte da rede estadual reabriu apenas para esportes e reforço. No entanto, na capital, todas as escolas continuam fechadas e não há perspectiva de retomada do ensino. A prefeitura pretende anunciar nesta quinta-feira, 17, os resultados de mais um inquérito sorológico de alunos da rede municipal. Com isso, o prefeito Bruno Covas (PSDB) deve confirmar também se as unidades poderão realizar atividades extracurriculares a partir de outubro. “Estamos avaliando, teremos mais uma reunião com a secretaria de saúde e de educação para poder avaliar as várias ideias e o que é aprovado, ou não, pela vigilância sanitária.”
O presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado de São Paulo, Benjamin Ribeiro, considera um “absurdo” as aulas ainda não terem sido retomadas. “É o único país do mundo que a pandemia colapsou a educação. É um absurdo o que esses políticos estão fazendo, estão usando a educação e a própria pandemia para fazer política”, reforça. O epidemiologista e ex-secretário de vigilância em saúde, Wanderson de Oliveira, destaca que a volta às aulas não é uma questão simples. Mas, comparando dados de outros países, em que o retorno presencial não impactou negativamente a curva de óbitos, ele disse que o Brasil já tem um cenário mais favorável para a retomada. Wanderson de oliveira também alertou para os impactos da ausência de aula presencial, como a evasão escolar e os problemas psicológicos nas crianças.
*Com informações da repórter Camila Yunes
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.