Bolsonaro diz que foi obrigado a vetar projeto para distribuição de absorventes

Presidente argumentou que o texto aprovado pelo Congresso Nacional não previa fonte de custeio para sustentar o programa; bancada feminina promete reação

  • Por Jovem Pan
  • 08/10/2021 07h46 - Atualizado em 08/10/2021 10h38
WALLACE MARTINS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO Presidente da república, Jair Bolsonaro, durante cerimônia no Palácio do Planalto Presidente Jair Bolsonaro afirma que custos previstos por parlamentares estavam distorcidos

Diante das críticas de parte do Congresso, sobretudo da bancada feminina, o presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira, 7, que foi obrigado a vetar o projeto de lei que garantia a distribuição gratuita de absorventes para mulheres de baixa renda em função de um possível crime de responsabilidade. Na justificativa para o veto, Bolsonaro argumentou, entre outros motivos, que o texto aprovado não previa fonte de custeio para as medidas. “Quando qualquer projeto cria despesa, o parlamentar sabe que tem que apresentar a fonte de custeio. Quando não apresenta, se eu sanciono, eu estou em curso no artigo 85 na Constituição, é crime de responsabilidade. Agora isso é feito proposital para desgastar. Cria uma onda terrível no Brasil”, justificou.

Segundo o presidente, os custos previstos na proposta de autoria de um grupo de parlamentares do PT estavam distorcidos. “Ele disse no projeto que custaria pra nós R$ 0,01 cada absorvente. E eu pergunto: e a logística pra distribuir para o Brasil todo? Eu não tenho alternativa. Eu sou obrigado a vetar”, acrescentou. Agora, deputadas e senadoras se articulam para derrubar o veto. A deputada Celina Leão, coordenadora da bancada feminina da Câmara, ressaltou que o texto trazia a fonte de recursos e tinham abre aspas “impacto financeiro mínimo”. “De acordo com o estudo ‘Pobreza Menstrual no Brasil’, 713 mil meninas vivem sem acesso a banheiro ou a chuveiro em seu domicílio. E 4 milhões delas não têm acesso mínimos de cuidados menstruais nas escolas. Elas deixam de ir a escola porque estão no período menstrual”, explicou a parlamentar. Não há previsão de quando o veto será analisado.

*Com informações da repórter Karla Sanchez

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