Bolsonaro ironiza trabalhos da CPI da Covid-19 e declarações de Renan Calheiros

Em conversa com apoiadores, o presidente disse que vai sugerir a criação de uma comissão do leite condensado

  • Por Jovem Pan
  • 13/05/2021 07h18
MATEUS BONOMI/AGIF - AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/ESTADÃO CONTEÚDO O presidente da república, Jair Bolsonaro, durante cerimônia no Palácio do Planalto Bolsonaro também ironizou a denúncia de que teria criado um orçamento paralelo para garantir apoio ao governo federal no Congresso Nacional

O presidente Jair Bolsonaro ironizou, nesta quarta-feira, 12, os trabalhos da CPI da Covid-19 no Senado Federal. Em conversa com apoiadores, ele lembrou da declaração do relator da Comissão, o senador Renan Calheiros, que afirmou, no início do mês, que o objetivo do colegiado não é investigar desvio de dinheiro público. Inicialmente, de fato, isso não estava no escopo da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). O foco era investigar apenas as ações do governo federal no combate a pandemia. O Palácio do Planalto, então, articulou a base governista para impedir que o colegiado fosse instalado. Mas o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou o início dos trabalhos e o governo começou a trabalhar ampliar o escopo da investigação e incluir, também, suspeitas de desvios de dinheiro público por parte de governadores e prefeitos.

A questão é que diversos membros da CPI, incluindo o relator, têm mantido o foco nos supostos erros cometidos pelo governo federal – o que vem sendo criticado pelo presidente. Como já disse diversas vezes, Bolsonaro acredita não ter cometido nenhum erro no combate à pandemia. Por isso, ele ironiza os trabalhos da comissão e as declarações do relator. “Vocês viram o Renan Calheiros essa semana? ‘A CPI não existe para investigar desvios de recursos’. Vou dar sugestão para depois fazer a CPI do leite condensado”, disse.

O presidente também ironizou a denúncia de que teria criado um orçamento paralelo para garantir apoio ao governo federal no Congresso Nacional. Bolsonaro fez questão de lembrar que não há nada de secreto na liberação do dinheiro, já que foi aprovada pelo parlamento. A liberação do dinheiro, de fato, estava prevista na lei orçamentária. No entanto, os recursos que deputados e senadores aliados puderam escolher aonde e como seriam empregados estavam nas chamadas Emendas do Relator, e deveriam ter ido diretamente para o Ministério do Desenvolvimento Regional.

*Com informações do repórter Antonio Maldonado

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