Bolsonaro pode ser presidente cujo partido elegeu menos prefeitos em 2020

Presidente do Brasil, no entanto, deixou o PSL em 2019; sigla teve 91 vencedores

  • Por Jovem Pan
  • 23/11/2020 08h05 - Atualizado em 23/11/2020 08h08
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Gabriela Biló/Estadão Conteúdo Jair Bolsonaro é o atual presidente da República A saída de Bolsonaro também fez com que nomes considerados importantes para o PSL buscassem abrigo em outras legendas

O presidente Jair Bolsonaro pode ser o chefe do Executivo cujo partido pelo qual foi eleito menos conquistou prefeituras desde Fernando Henrique Cardoso. De acordo os dados levantados pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (DIAP), órgão ligado ao Senado Federal, é uma espécie de tradição que os partidos que elegeram os presidentes da República consigam números expressivos de prefeitos dois anos depois de conquistarem o primeiro mandato.

Para se ter uma ideia, antes de FHC ser eleito, em 1992, o PSDB comandava 317 prefeituras. Na primeira eleição municipal após ele vencer a disputa, os tucanos venceram em 934 cidades. O mesmo aconteceu após a primeira vitória de Lula, quando o PT passou de 174 prefeituras, em 2000, para 400, em 2004. Apesar de em uma proporção bem menor, a tendência ainda se manteve no primeiro mandato de Dilma Rousseff. Em 2008, o PT comandava 557 cidades. Em 2012, elegeu 638 prefeitos. Já o PSL conquistou, neste ano, apenas 91 prefeituras, sendo que ainda disputa com um candidato em Macapá.

É bom lembrar, no entanto, que há uma diferença significativa da situação de Bolsonaro em relação a de FHC, Lula e Dilma. O presidente deixou o PSL um ano após ser eleito e não fez campanha especificamente para os candidatos do partido — como os antecessores. Ele até tentou criar o Aliança pelo Brasil, mas a legenda não saiu do papel a tempo de ter candidatos em 2020. A saída de Bolsonaro também fez com que nomes considerados importantes para o PSL buscassem abrigo em outras legendas. De qualquer forma, o partido elegeu apenas 91 perfeitos mesmo tendo recebido quase R$ 200 milhões do fundão eleitoral para custear as campanhas em todo o país — a segunda maior fatia entre todas as legendas.

*Com informações do repórter Antônio Maldonado

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