Indícios de irregularidades em campanhas no 1º turno somam R$ 60,4 milhões, diz TSE

Relatório aponta, por exemplo, doações de pessoas sem emprego formal que totalizaram R$ 33 milhões, além de transferência de R$ 573 mil de beneficiários do Bolsa Família

  • Por Jovem Pan
  • 21/11/2020 07h35
EFE Pessoa votando de máscara em uma urna eleitoral Bolsonaro incentiva esse tipo de questionamento ao afirmar que não confia no sistema eleitoral brasileiro

Um relatório do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aponta R$ 60 milhões em indícios de irregularidades nas campanhas eleitorais no primeiro turno das eleições. Esse valor abrangeria doações e pagamentos de serviços. O relatório mostra, por exemplo, doações de pessoas sem emprego formal que totalizaram R$ 33 milhões, além de doadores com renda incompatível com o valor repassado às candidaturas que chegariam a R$ 17 milhões. Foram encontradas também transferência de R$ 573 mil de beneficiários do Bolsa Família e até de pessoas já falecidas, que teriam feito doações de R$ 20 mil a partidos políticos.

Ainda de olho na prestação de contas das campanhas, o TSE já se prepara para o segundo turno das eleições que acontece em quase 60 municípios no dia 29 de novembro. Sem a apresentação de provas, as redes sociais estão recheadas de denúncias de fraudes. Ontem, o Tribunal divulgou nota negando especulações que circulam na internet que afirmam que as eleições poderiam ser anuladas.

O presidente Jair Bolsonaro incentiva esse tipo de questionamento ao afirmar que não confia no sistema eleitoral brasileiro. “Não temos que atender a vontade do povo? Não dizemos que o povo é soberano? Então deviam atender ao povo, com um sistema eleitoral que possa aferir o seu voto, e o que tá aí não pode aferir o seu voto. Eu, por exemplo, não confio nesse sistema eleitoral. Falam que eu fui eleito nesse sistema, fui eleito porque tinha muito voto. Ninguém reclamou que quando foi votar no 13 tinha problema, mas muito gente reclamou isso quando foi votar no 17”, afirmou em entrevista recente. Por causa disso, o presidente reafirmou a promessa de que, no ano que vem, vai trabalhar para aprovar no Congresso Nacional o voto impresso no país. O presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso, é contra a ideia, e afirma que a urna eletrônica é sim auditável. Além disso, garante que nunca foi apresentado provas de fraudes na votação brasileira.

* Com informações da repórter Luciana Verdolin

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