Bolsonaro promete explicar nesta quinta gastos com alimentação e bebidas

Segundo o presidente, esclarecimentos devem acontecer durante videoconferência com o programa ‘Os Pingos nos Is’, da Jovem Pan

  • Por Jovem Pan
  • 28/01/2021 07h31 - Atualizado em 28/01/2021 10h02
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MATEUS BONOMI/AGIF - AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/ESTADÃO CONTEÚDO - 03/12/2020 O presidente da república, Jair Bolsonaro, durante cerimônia no Palácio do Planalto O presidente usou palavrões para reclamar da acusação de que ele teria comprado 2,5 milhões de latas de leite condensado

O presidente Jair Bolsonaro afirmou que vai aproveitar a transmissão nas redes sociais desta quinta-feira, 28, que acontece semanalmente, para rebater dados divulgados nesta semana sobre os gastos do governo com alimentação e bebidas, sendo R$ 15 milhões apenas com leite condensado. O presidente disse, inclusive, que a ex-presidente Dilma Rousseff teria comprado, em 2014, mais itens do produto que ele. “O Wagner Rosário, comigo, vamos fazer uma videoconferência com o programa Os Pingos nos Is [da Jovem Pan] para tratar sobre leite condensado e chicletes. Fui chamado até de corrupto por isso, está escondida aqui um milhão de latas de leite condensado, está escondida aqui.”

Bolsonaro reclamou do que ele chamou de “uma sucessão de erros e equívocos”. Durante almoço com artistas nesta quarta-feira em uma churrascaria, o presidente usou palavrões para reclamar da acusação de que ele teria comprado 2,5 milhões de latas de leite condensado e utilizou expressões vulgares para reclamar da imprensa. O chefe do Executivo não esconde de gosta de comer o doce com pão, mas o governo justifica que a compra foi realizada para todo o governo federal, Ministério da Defesa, responsável por 370 mil militares das Forças Armadas, além de instituições de ensino federais e hospitais. O ministério afirmou que o leite condensado é utilizado pelo potencial energético e pela facilidade de conservação. E o chiclete, segundo a pasta, além de ajudar na higiene bucal é usado para aliviar as variações de pressão durante atividade aérea.

O economista da Contas Abertas, Gil Castelo Branco, admite que a escolha dos produtos surpreendeu. Ele defendeu a necessidade de um levantamento dos gastos dos anos anteriores a título de comparação. “E até se passe um pente fino mesmo, se há necessidade destes gastos, inclusive deste tipo de gasto. Que é aí que eu entendo, do ponto de vista nutricional, é um gasto mal feito”, disse. O governo justifica que ao analisar os produtos comprados no ano passado é possível identificar produtos como carne bovina, legumes e frutas in natura. Apesar da falta das aulas suspensas nas universidades, muitas servem ainda refeições para alunos, professores e servidores. Os 50 hospitais universitários também são abastecidos pelo governo federal, sendo cinco maternidades. Ainda segundo o governo, a lista vista de forma isolada sem a devida contextualização dá margem à má interpretação.

Diante da polêmica que foi gerada, o Portal da Transparência, segundo o Palácio do Planalto, tem apresentado instabilidade devido ao alto volume de acessos. Somente na terça-feira, 26, foram mais de 123 mil acessos, contra 6 mil na última segunda-feira. No Congresso Nacional,  a oposição pediu que o Tribunal de Contas da União (TCU) investigue o gasto de R$ 1,8 bilhão em alimentos,  o que representa aumento de 20% em relação ao ano anterior. Segundo parlamentares, é necessário que aconteça uma análise criteriosa para verificar se houve excessos nos gastos do governo levando em consideração a pandemia da Covid-19.

*Com informações da repórter Luciana Verdolin

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