Bolsonaro reclama da falta de tratamento precoce para Covid-19 em Manaus

Segundo o presidente, foi necessário enviar o ministro Eduardo Pazuello para intervir no avanço da Covid-19 na capital amazonense

  • Por Jovem Pan
  • 13/01/2021 06h09 - Atualizado em 13/01/2021 10h16
EDU ANDRADE/FATOPRESS/ESTADÃO CONTEÚDO - 16/12/2020 Bolsonaro Jair Bolsonaro criticou a ausência de "tratamento precoce" para os pacientes que testaram positivo para a doença

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta terça-feira, 12, que precisou enviar o ministro da saúde, Eduardo Pazuello, a Manaus para intervir no avanço da Covid-19 na cidade, que sofre com alta de internações e falta de leitos e equipamentos médicos. “Não faziam tratamento precoce. Aumentou assustadoramente o número de mortes. E mortes, pessoal, por asfixia porque não tinha oxigênio. O governo estadual e municipal deixou acabar oxigênio. É morrendo asfixiado. Imagine você morrendo afogado. Fomos para lá e ele [Eduardo Pazuello] interferiu”, disse a apoiadores, criticando a ausência de “tratamento precoce” para os pacientes que testaram positivo para a doença.

O Ministério da Saúde chegou a encaminhar um ofício para a prefeitura pedindo a distribuição de medicamentos sem comprovação científica. O documento, emitido no último dia 07 de janeiro, foi divulgado nesta terça-feira pela Folha de S. Paulo. O ofício, assinado pela secretária de gestão do trabalho e da educação na saúde, Mayra Pinheiro, diz que, diante da situação caótica do município, seria inadmissível rejeitar o uso de antivirais como tratamento. O documento pede permissão para visitar as unidades de saúde para que seja difundido e adotado o tratamento precoce da doença e reitera, ainda que os medicamentos sugeridos pelo Ministério da Saúde possuem comprovação científica.

No entanto, a Organização Mundial da Saúde não aconselha o uso de tratamentos precoce para a doença. Ao ser procurada, a secretária de Saúde de Manaus, Shadia Fraxe, afirmou que só vai distribuir remédios que tenham comprovação científica, mas que não pode evitar que a população  busque qualquer tipo de solução. A profissional afirmou ainda que, até o momento, os antivirais não haviam chegado ao município. Além disso, Shadia Fraxe lamentou a falta de oxigênio nas redes de saúde causada pela superlotação nos hospitais. Nesta terça-feira, uma carga de 200 cilindros de São Paulo chegou em Manaus. Atualmente, o consumo de oxigênio está seis vezes maior na cidade. Por isso, outras entregas já estão programadas para os próximos dias. Segundo boletim do governo do Amazonas, do dia 1º ao dia 11 de janeiro, a capital do estado teve quase duas mil novas internações pela Covid-19. Ao todo, são mais de 216 mil casos confirmados no Amazonas e mais de cinco mil mortes pela doença.

*Com informações da repórter Catherina Achutti

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