Bombardeio à Síria representa postura de intervenção do governo Biden, avalia especialista

Para Manuel Furriela, os Estados Unidos devem responder de forma militar a possíveis ataques a países aliados

  • Por Jovem Pan
  • 26/02/2021 10h47 - Atualizado em 26/02/2021 14h32
EFE /OLIVIER DOULIERY Joe Biden de perfil. Homem branco idoso, com cabelos brancos ralos e lisos Segundo Furriela, a postura de Joe Biden será mais de intervenção militar do que de negociação

O ataque do governo norte-americano a bases de milícias na Síria, ocorrido nesta quinta-feira, 25, representa uma postura de intervenção dos Estados Unidos com os conflitos no Oriente Médio. A avaliação é do coordenador do curso de relações internacionais da FMU, Manuel Furriela. Para o especialista, o governo de Joe Biden deve responder de forma diferente a possíveis ataques que acontecem em alvos ocidentais liderados pelo país, assim como em relação com à Rússia. “A Rússia tem interesses divergentes no que compete questões envolvendo o Iraque, no que compete país vizinho e a Síria. Os interesses americanos e russos nunca foram os meses. Agora, o recado está claro e vai ser a mesma linha adotada pelo Obama, de demonstrar que a posição dos países ocidentais em questões que envolvam a região serão respostas claras, indicadores claros de apoio aos seus aliados, grupos que tem interesse convergentes naquela região do Oriente Médio.”

Manuel Furriela considera que as tentativas de interferência do Irã “não serão bem aceitas pelos Estados Unidos”. Segundo o especialista, é evidente a necessidade de um acordo nuclear, embora as tratativas tenham que ser diferentes do que anteriormente foi firmado por Barack Obama. “Há necessidade de um acordo, o exemplo claro é a Coreia do Norte. Efetivamente, a Coreia do Norte tem armamentos nucleares e continua desenvolvendo para usar os artefatos nucleares. Não se pode deixar que o Irã chegue em um ponto desse, o Irã está desenvolvendo armamento nuclear que sabemos ter tecnologia muito atrasada. Mas, cada dia, ela avança mais. Precisa conter [o desenvolvimento nuclear] para que daqui alguns anos não chegue mais um problema, ainda mais no Oriente Médio”, avaliou em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan.

“Biden tem condições de voltar no acordo anterior, mas em um patamar sustentável. A indicação, agora, é que a conversa vai ser diferente, o acordo precisa ser colocado no lugar, não dá para deixar passar”, explicou o especialista. Segundo Furriela, a postura de Joe Biden será mais de intervenção militar do que de negociação e utilização do poder econômico para resolução de conflitos, marca do governo de Donald Trump. No entanto, para o professor, é preciso “cuidado”, já que a postura pode trazer respostas. “A Rússia não se pronunciou [ataque à Síria], mas se sentiu desagradada pelo episódio, então você traz uma série de situações que tem que saber trabalhar, havendo indicações contra os interesses russos e a favor, é um jogo que tem que ter muito cuidado e jogo perigoso.”

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