Brasil ainda tem 11 milhões de analfabetos, segundo IBGE

  • Por Jovem Pan
  • 20/06/2019 09h10 - Atualizado em 20/06/2019 09h11
Arquivo/Agência Brasil O percentual de brasileiros com 25 anos ou mais que concluíram o ensino básico chegou a 47% no período

Mais de 11 milhões de brasileiros não sabem ler nem escrever. O dado faz parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios divulgada pelo IBGE, nesta quarta-feira (19).

Apesar de ter recuado no ano passado, o analfabetismo ainda atinge quase 7%. Em relação à 2017, 121 mil pessoas saíram dessa condição.

Para a coordenadora de projetos do Todos pela Educação, Thaiane Pereira, o primeiro passo para resolver esse problema é fechar o que classifica como ‘torneira do analfabetismo’.

“É inadmissível que a gente ainda tenha qualquer criança saindo dos anos iniciais do ensino fundamental com níveis insuficientes de leitura, escrita e matemática. Precisamos tratar também a população que está fora do sistema, ajudar a estudar de alguma forma”

Um outro dado que chama a atenção é a desigualdade regional. No nordeste, a taxa de analfabetismo é quatro vezes maior do que a do Sudeste.

Para Thaiane Pereira os dados da pesquisa refletem o Brasil como ele é e a desigualdade no país ainda é muito forte.

“O que a gente precisa é equalizar. As políticas públicas precisam ser focadas em quem mais precisa. Se a região Nordeste é a que tem as maiores índices de analfabetismo, é ali que as políticas públicas precisam atacar. O importante é ter oportunidades iguais para todos”.

A coordenadora de projetos do Todos pela Educação destaca, porém, um aumento nas taxas de escolarização em alguns segmentos da população em 2018. O percentual de brasileiros com 25 anos ou mais que concluíram o ensino básico chegou a 47% no período, confirmando uma trajetória de alta.

A analista do IBGE, Marina Aguas, lembra, no entanto, que esse número varia de região para região. “No Nordeste, quase 60% das pessoas de 25 anos ou mais não concluiram o ensino médio com aprovação. No Centro-Sul esse percentual é menor”.

A pesquisa destaca que essa disparidade regional é consequência de vários fatores, inclusive históricos, impossibilitando um acesso homogêneo à educação de qualidade.

*Com informações da repórter Natacha Mazzaro

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