‘Brasil pode produzir vacinas sem depender da China ou outros países’, afirma Wellington Fagundes

Autor do projeto que autoriza a fabricação do IFA para imunizantes contra Covid-19 afirmou que 400 milhões de doses podem ser feitas em apenas 90 dias

  • Por Jovem Pan
  • 13/05/2021 10h00 - Atualizado em 13/05/2021 10h31
EFE/EPA/IGOR KOVALENKO Profissional da saúde prepara dose da vacina Sputnik V para aplicação Segundo ele, pelo Brasil ser o maior exportador de proteína animal do mundo, isso torna a fiscalização muito mais exigente

O senador Wellington Fagundes, autor do projeto que autoriza a produção do ingrediente farmacêutico ativo (IFA) para vacinas contra Covid-19 em parques industriais veterinários, espera que a pauta caminhe com tranquilidade na Câmara dos Deputados. De acordo com ele, essas fábricas tem total capacidade de suprir a demanda brasileira com toda a biossegurança possível. “O Brasil tem tecnologia e pode produzir 100% da vacina sem depender da China, Índia ou outros países.” Segundo o parlamentar, a Anvisa já adiantou a possibilidade desses laboratórios de saúde animal serem regulados. “Isso diminui a burocracia e a agência faria controle de qualidade depois, assim como é feito com as vacinas importadas”, explicou.

Em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan, esses parques industriais nem precisariam de adaptação porque já produzem vacina de vírus inativado há anos. Wellington Fagundes destacou que não há risco de faltar vacinas para os animais, já que toda produção do imunizante contra febre aftosa já foi feita. Além disso, existem hoje 22 fábricas veterinárias e apenas três seriam destinadas a produção da vacina contra a Covid-19. A capacidade de produção delas é de até 400 milhões de doses em apenas 90 dias. “As indústrias se colocam à disposição como ajuda humanitária. O Brasil não tem onde buscar vacina, atrasou muito. E essa doença não vai ser só neste ano, por isso a necessidade de produzir aqui.”

O parlamentar lembrou que o Brasil, até hoje, não produziu sequer uma dose de vacina contra o coronavírus. O Instituto Butantan e a Fiocruz recebem o IFA já pronto e apenas envasam o insumo. Essa ajuda das fábricas veterinárias auxiliariam na produção do próprio IFA. “Aqui temos tecnologia toda brasileira para fabricar o IFA completamente. Só precisamos da transferência da célula-mãe, que é multiplicada em bilhões. A produção de vacinas seria desde o insumo”, explicou. Segundo ele, pelo Brasil ser o maior exportador de proteína animal do mundo, isso torna a fiscalização muito mais exigente e rigorosa. “Toda vacina produzida na saúde animal é selada com a garantia do governo federal.”

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