Brasil registra a segunda morte causada pela variante Delta do coronavírus

Vítima é um tripulante, de 54 anos, do navio em quarentena na costa do Maranhão; estudo com participação da Fiocruz sugere maior risco de reinfeção pela cepa indiana

  • Por Jovem Pan
  • 29/06/2021 07h23 - Atualizado em 29/06/2021 08h44
DANIELA SEGADILHA/ZIMEL PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO Funcionário coloca caixão de vítima da Covid-19 dentro de gaveta em cemitério Segundo o Ministério da Saúde, a segunda vítima da variante Delta no Brasil morreu no dia 24 de junho

O Brasil registrou a segunda morte causada pela variante Delta do coronavírus, detectada originalmente na Índia. A vítima é um homem de 54 anos, tripulante de um navio que está em quarentena na costa do Maranhão, e morreu no dia 24 de junho, segundo o Ministério da Saúde. Até o momento, 11 casos da cepa indiana foram confirmados no país, sendo seis no navio, um em Campos dos Goytacazes , um em Juiz de Fora, dois em Apucarana e um em Goiânia. O governo reiterou que todos os casos confirmados estão isolados e os contatos são monitorados. Um estudo publicado pela revista Cell, com a participação da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), sugeriu que a variante Delta pode aumentar o risco de reinfecções. A chance de novo contágio é maior principalmente para quem foi infectado pelas cepas surgidas no Brasil e na África do Sul. Nesses casos, a capacidade de proteção contra a variante indiana é onze vezes menor.

A pesquisa mostra que a afinidade da cepa pelos receptores celulares é maior do que a observada nas linhagens que circularam no começo da pandemia. Segundo o infectologista Renato Kfouri o comportamento da cepa indiana, tem se mostrado bastante similar ao da variante gama, identificada em Manaus e responsável por cerca de 30% dos casos de reinfecção durante a segunda onda da pandemia no Amazonas. “A variante parece escapar do nosso sistema imunológico, da defesas criadas pelas infecções anteriores. No Brasil ainda não sabemos o impacto que a variante Delta terá entre nós, pode ser que seja uma substituta da variante P.1 brasileira ou a competição entre ambas prevaleça a nossa variante, que já circula com alta transmissibilidade”, afirmou. Kfouri reforça que é preciso dobrar os cuidados por meio do distanciamento social e o uso de máscara e álcool em gel. Ainda segundo a pesquisa, embora os dados apontem que as vacinas continuam efetivas, a capacidade de neutralizar a cepa indiana é 2,5 vezes menor para o imunizante da Pfizer e 4,3 vezes menor para o da AstraZeneca.

*Com informações da repórter Caterina Achutti

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