Brasileira recebe vacina no Canadá e diz que país também sofre com burocracia na liberação
País deu início a campanha de vacinação no final do ano passado, com prioridade aos idosos e profissionais de saúde
Bruna Ferreira, de 29 anos, é oftalmologista e foi a primeira brasileira a ser vacinada no Canadá. A primeira dose da imunização aconteceu na última quinta-feira, dia 14 de janeiro. A médica mora há um ano e sete meses em Montreal, maior cidade da província do Quebec. Ela disse que recebeu o imunizante da Pfizer no hospital onde estuda e trabalha. O Canadá deu início a campanha de vacinação no final do ano passado, com prioridade aos idosos e profissionais de saúde. O momento tão esperado pela brasileira foi eternizado através de um registro feito pelo celular.
“Tem muitos voluntários dando vacina, enfermeiros aposentados e pessoas de férias. A gente esperou tanto por essa vacina, é um sinal de esperança para a gente.” O Canadá registra mais de 700 mil infectados com a Covid-19 e já ultrapassou 18 mil óbitos, de acordo com a Universidade Johns Hopkins. Segundo dados do governo canadense, mais de 90% das mortes foram notificadas nas duas maiores províncias do país — Ontário e Quebec. Até o momento, apenas as vacinas Moderna e Pfizer/BioNTech foram aprovadas para uso emergencial no país.
Por causa da segunda onda da Covid-19, o poder público adotou restrições mais duras no início do ano e mudou a estratégia de imunização. O governo decidiu adiar a aplicação da segunda dose da vacina com o objetivo de garantir que o maior número de pessoas receba a primeira. O país fez um acordo com a Pfizer para receber 20 mil de doses da vacina, mas o imunizante está sendo entregue com atraso. O problema tem acontecido porque a farmacêutica reduziu a distribuição da vacina para poder ampliar a capacidade de produção para dois bilhões de doses por ano. A Bruna também conta outro que fator tem colaborado com o atraso da vacinação no país: a rigidez do governo canadense na aprovação dos imunizantes.
“Eles estavam programando para dar a segunda dose em três semanas, agora deve ser em seis. É um dificuldade para conseguir vacina. Aqui as regras para entrada de medicamentos são muito rígidas.” Até o momento, a Pfizer não solicitou o uso emergencial da vacina no Brasil. Em nota, a empresa informou que, por causa do acordo de confidencialidade com o Ministério da Saúde, não pode comentar detalhes da negociação em curso. A farmacêutica disse, também, que ainda aguarda decisão do governo brasileiro para estabelecer contrato de fornecimento e que permanece no processo regulatório de submissão contínua da vacina junto à Anvisa.
*Com informações da repórter Caterina Achutti
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.