Governo diz que entrega antecipada de vacinas gerou atraso na distribuição
Segundo Pazuello, início da imunização contra a Covid-19 antes da hora prevista dificultou a logística
O Ministério da Saúde informou nesta segunda-feira, 18, que não pode ser responsabilizado pelos atrasos na chegada das vacinas da CoronaVac aos estados brasileiros. Durante pronunciamento, o ministro Eduardo Pazuello lembrou que a ideia inicial do governo era iniciar a imunização apenas nesta quarta-feira, 20. Por isso, segundo ele, toda a estratégia teve que ser revista, já que os governadores pediram que o envio fosse antecipado. “Aquilo que era planejado até hoje 8 horas para acontecer durante o dia está sendo encurtado para atender o pedido dos governadores. Imagina a mudança da logística para 26 estados em um país continental como o Brasil”, afirmou. O anúncio do início da vacinação contra a Covid-19 nesta segunda, no entanto, foi feito pelo próprio ministro durante pronunciamento ao lado das autoridades estaduais.
Ainda nesta segunda-feira, Pazuello se negou a responder perguntas sobre a solenidade que estava prevista para acontecer nesta semana em Brasília e que iria marcar o início da vacinação contra a Covid-19 no Brasil. Dentro do governo, a avaliação é que ficou evidente a falta de protagonismo do governo federal em um dos momentos mais importantes de combate à pandemia. Outra derrota da gestão Bolsonaro foi a nota divulgada pelo Supremo Tribunal Federal que diz ser falsa a afirmação de que o STF proibiu o governo federal de atuar contra a pandemia. A verdade, segundo o Supremo, é que o plenário da Casa decidiu que todos os entes federativos, União, estados e municípios, são responsáveis pelas ações de combate à doença.
O STF disse ainda que é preciso esclarecer que não é verdadeira a afirmação que circula nas redes sociais. No entanto, quem faz essa alegação é o próprio presidente Jair Bolsonaro. “Supremo Tribunal Federal diz que a responsabilidade de lockdown, de confinamento, de isolamento é exclusivo de Estados e municípios. Respeitei a decisão do Supremo e alguns querem botar no meu colo e do Pazuello que nós somos os genocidas”, disse o precisente em ocasião anterior. Nesta segunda-feira, Bolsonaro se reuniu com o primeiro ministro da Índia para discutir a questão envolvendo as vacinas da AstraZeneca que estão sendo produzidas no país. O Brasil espera a chegada de 2 milhões de doses do imunizante.
*Com informações da repórter Luciana Verdolin
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