Câmbio é ‘principal vilão’ da alta dos combustíveis, não o ICMS, diz diretor do CBIE
Adriano Pires defende a criação de um fundo de estabilização para diminuir a volatilidade no preço da gasolina e do diesel: ‘Dinheiro tem, o que está faltando é vontade política’
O diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires, defende a criação de um fundo de estabilização para diminuir a volatilidade nos combustíveis. Em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan, nesta terça-feira, 26, ele apontou os principais responsáveis pelos constantes aumentos de preço da gasolina e do diesel e defendeu que o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) cobrado pelos Estados não é o principal responsável pelas altas. “Não é ICMS que faz aumentar preço da gasolina e do diesel, o que faz aumentar é o câmbio, que considero o principal vilão, e o preço do barril do petróleo”, afirmou. Na visão de Pires, embora uma discussão sobre uma mudança na cobrança do imposto seja válida, é preciso que o governo federal e o Congresso Nacional se alinhem para buscar uma solução efetiva da crise. “Daqui a pouco você não vai segurar a greve dos caminhoneiros, não tem jeito. Estamos empurrando um problema.”
“A população está realmente sendo muito onerada, a gasolina a quase R$ 7, o botijão de gás a mais de R$ 100. A gente enche um tanque com quase R$ 500, um caminhoneiro pode gastar R$ 2.000 para encher um tanque de diesel. […] No curto prazo, a decisão que o governo tem que tomar é estabilizar o preço”, explica. Para que isso seja possível, Adriano Pires aponta que a criação do fundo de estabilização deve ser pautada usando dinheiro dos royalties, cerca de R$ 90 bilhões arrecadados neste ano – uma medida que ele considera necessária para esse “momento extraordinário”. “Não dá mais para deixar a população pagando o preço dos combustíveis subindo toda semana. Tem que criar um fundo de estabilização, usar dinheiro dos royalties. Dinheiro tem, o que está faltando é vontade política.”
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