Chegada de medicamentos contra Covid-19 é esperança para pacientes imunossuprimidos

Especialista afirma que grupo com risco de apresentar forma mais grave da doença é maior beneficiário das drogas desenvolvidas ao redor do mundo

  • Por Jovem Pan
  • 27/12/2021 07h44 - Atualizado em 27/12/2021 09h44
EFE/EPA/Merck pílulas vermelhas do molnupiravir, antiviral testado contra a covid-19 País aguarda resposta sobre alguns medicamentos contra a Covid-19

Com o desenvolvimento de medicações indicadas para pessoas que estão com Covid-19 e têm risco de desenvolver casos graves da doença, hoje é possível contar com um tratamento eficaz logo no início do diagnóstico. A avaliação é da infectologista Raquel Stucchi, que lembra que este tipo de remédio, ainda sem uso previsto no Brasil, pode ajudar principalmente a pacientes com problemas no sistema imunológico, como aqueles em tratamentos de doenças como o câncer. “Alguns antivirais e anticorpos monoclonais, já aprovados na Anvisa, ainda não têm disponibilização no SUS no momento. Eles estão indicados para uma parcela pequena da população, que é aquela parcela que tem risco de ter uma doença mais grave. Os idosos, os transplantados, aqueles com comorbidade, eles têm indicação de receber essas medicações, que mudam sim o curso da doença, diminuindo de modo muito importante o risco de uma evolução para as formas graves da doença”, afirmou.

A agência reguladora norte-americana (FDA) aprovou na última semana o uso emergencial e doméstico de um antiviral para tratamento da Covid-19. O molnupiravir é uma pílula utilizada em pacientes infectados que desenvolveram a doença nos estágios leves ou moderados e apresentam risco de progressão para a Covid severa. Segundo a FDA, o produto deve ser administrado assim que o paciente receber o diagnóstico positivo de infecção e até cinco dias depois do início dos sintomas. No Brasil, a MSD, fabricante do molnupiravir, pediu a liberação do uso emergencial do medicamento em novembro à Agência Nacional de Vigilância Sanitária. O prazo de resposta venceu neste fim de semana. Para Stucchi, o Brasil deve olhar o exemplo da Europa com atenção, já que o número de casos na região tem crescido. “São recados, lições que devemos aprender com elas, para que a gente não repita o mesmo erro que a Europa fez. Sabemos que assim como aumentar a vacinação e a adesão de terceiras doses, a vacinação de crianças é extremamente importante. As medidas de barreira são extremamente eficazes”, afirmou. Neste fim de ano, quatro países da Europa já ultrapassaram a marca de 50 mil novos casos por dia. Esta é a primeira vez que os números são atingidos em conjunto desde o início da pandemia da região, em fevereiro de 2020.

*Com informações do repórter Victor Moraes

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