Cláudio Castro exonera secretário preso e anuncia delegado da PF como substituto

Nome de Poubel já estava sendo cogitado há um tempo, mas faltava a saída oficial de Raphael Montenegro

  • Por Jovem Pan
  • 18/08/2021 06h48 - Atualizado em 18/08/2021 10h27
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Daniel Resende / Enquadrar / Estadão Conteúdo - 30/05/2021 Cláudio Castro, governador do Rio, dá entrevista coletiva usando uma máscara escura Contra o trio, a cúpula da Secretaria Penitenciária, gravíssimas acusações: ligação com o tráfico de drogas e também oferecimento de vantagens

O delegado da Polícia Federal Victor Poubel é o novo secretario de Administração Penitenciária do Estado do Rio de Janeiro após a cúpula da pasta ser presa nesta terça-feira, 17, pela própria PF. O nome de Poubel já estava sendo cogitado há um tempo, mas faltava a exoneração de Raphael Montenegro. A exoneração dele só aconteceu nesta terça-feira, quando Montenegro foi preso na Operação Simonia da Polícia Federal junto com dois subsecretários. A PF cumpriu ainda cinco mandados de busca e apreensão e descobriu, nos endereços alvos, mais de R$ 200 mil em espécie.

Contra o trio, a cúpula da Secretaria Penitenciária, gravíssimas acusações: ligação com o tráfico de drogas e também oferecimento de vantagens indevidas na liderança da principal facção do Estado, o Comando Vermelho. As investigações apontam que essas ofertas foram feitas há cerca de 10 nomes do CV. No mês de julho, um bandido foi solto do sistema carcerário do Rio de Janeiro mesmo com um mandado de prisão ativo. Em troca, já se sabe que o trio da Secretaria de Administração Penitenciária cobrava vantagens indevidas, mas especula-se também que que eles pediam uma espécie de “calma” para a facção criminosa no Estado do Rio de Janeiro para não atrapalhar a gestão da pasta e o governo de Cláudio Castro.

O superintendente da Polícia Federal do Rio de Janeiro, delegado Tácio Muzzi, garantiu dedicação de Poubel para assumir a Secretaria de Administração Penitenciária e não teve qualquer influencia dele ou da instituição. “Não teve nenhuma satisfação, nem direta nem indireta, no trabalho e em relação a PF. Isso cabe ao governo do Estado, está no âmbito do governo do Estado. A gente não opina nem favorável, nem desfavorável. Isso está na esfera de atribuição do governo do Estado.”

Os presos na Operação desta terça negam qualquer relação com o crime organizado e prática de irregularidades. No entanto, a decisão da Justiça que mandou prender o secretário e os dois subs revela conversas bastante comprometedoras do trio com integrantes da facção criminosa. Raphael Montenegro é advogado, estava na pasta a cerca de seis meses, é filho de uma desembargadora do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro e enteado de um desembargador que se aposentou neste ano do Tribunal Regional Federal da Segunda Região.

*Com informações do repórter Rodrigo Viga 

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