Colecionadores explicam fascínio por álbuns da Copa do Mundo
Mundial será apenas em novembro, no Catar, mas enquanto a bola não rola a paixão dos amantes de figurinhas toma conta do país
De geração em geração, colecionar figurinhas da Copa do Mundo é uma paixão e, em 2022, não poderia ser diferente. Neste ano, o mundial será apenas em novembro, no Catar, mas enquanto a bola não rola a paixão dos colecionadores toma conta das ruas, escolas e redes sociais. A corrida para as bancas de jornal já começou na disputa por pacotes com cinco figurinhas, vendidos a 4 R$, para completar os 670 espaços em aberto no álbum, que é comercializado em mais de 150 países. O primeiro álbum foi lançado em 1970. De acordo com Ivan Faria, CEO da Panini Brasil e América Latina, essa é uma paixão passada ao longo de gerações: “O colecionismo é um hábito impressionante, as pessoas realmente se emocionam com o álbum. Os pais colecionando, os avós. No caso dos pais, temos histórias curiosas de que eles fazem o álbum, inclusive do Campeonato Brasileiro, falando que é pro filho, mas quem realmente está colando a figurinha são os pais”. Esse é o caso de Márcio André Almeida, de 37 anos, que colecionava álbuns de figurinhas na infância e a chegada do filho Davi foi um motivo a mais para retornar ao passatempo.
“Quando meu filho nasceu, em 2012, veio a Copa do Mundo em 2014 e eu tive a ideia de passar isso para ele e colecionar junto com ele com o objetivo de completar todos os álbuns. Desde 2014 temos os completos e estamos caminhando para completar o de 2022. Em 2018 ele já conhecia os jogadores e ajudava a organizar, e agora em 2022 também. Eu abro o pacotinho e ele vai organizando, separando por time e depois a gente cola”, afirmou Márcio. Outro amante de figurinhas é o André Giacomello, e esse sentimento é de longa data pois desde 1982 ele coleciona os álbuns da Copa: “Os álbuns que têm a figurinha do Pelé são álbuns bem raros. A figurinha do Pelé é valorizada e tudo que envolve a marca e o nome Pelé valoriza muito. O álbum da copa de 70 é um que um fiquei muito feliz de conseguir”.
Quem nunca colecionou figurinhas talvez não entenda, mas essa experiência une pessoas pelo encontro de apaixonados por futebol. O ponto da convivência é fundamental para André, que está nesse universo desde os nove anos de idade: “A minha paixão começou em 1982, no álbum da Ping Pong, da Copa de 82, a gente conseguia as figurinhas comprando chiclete nos bares e padarias. Eu tinha, na época, nove anos de idade então tinham os coleguinhas da escola e com qualquer dinheiro que tínhamos corríamos no bar para comprar chiclete, conseguir a figurinhas e fazer as trocas. Você faz amizades e cria um círculo por conta das figurinhas. Você encontra pessoas que têm um interesse parecido com o seu, por conta das coleções. Tento trazer isso para os meus filhos também, para que eles peguem gosto e, quem sabe um dia, possam cuidar dessa coleção que a gente está montando desde 1982”.
Embaixador da Panini e capitão do pentacampeonato, Cafu já estampou quatro álbuns de figurinha como jogador e agora vai colecionar com seus netos. “Faz um tempo que não estou no álbum e vou colecionar com meus netos sem sombra de dúvidas. Os filhos já estão grandes, vou brincar com os netos que estão pequenos”, declarou o craque à reportagem. Mas esta paixão nacional custa caro. É preciso desembolsar, no mínimo, R$ 536 apenas em figurinhas.
*Com informações do repórter Vinicius Alexis
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