Após depoimento de Queiroga, senadores concluem primeira semana da CPI da Covid-19

Atual ministro da Saúde passou pela comissão nesta quinta-feira e afirmou ter total autonomia para chefiar a pasta, ao contrário do que Mandetta e Teich disseram sobre suas gestões

  • Por Jovem Pan
  • 07/05/2021 08h10 - Atualizado em 07/05/2021 12h44
CLÁUDIO MARQUES/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO Marcelo Queiroga O chefe da pasta da Saúde disse que desconhece o termo "guerra biológica" citado por Jair Bolsonaro

Respondendo a questionamentos de senadores por cerca de dez horas, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, evitou falar sobre a cloroquina. A sessão, que chegou a ser interrompida para votação na Casa, teve clima tenso, bate boca e a defesa do cardiologista a questões técnicas. Queiroga desviou de questões sobre o fármaco, ressaltando que pediu análise da Conitec, órgão de incorporação de tecnologias ao SUS. “Essa é uma questão de natureza técnica, ela tem que ser enfrentada da forma técnica. Não é uma opinião pessoal de qualquer senador. Existem duas correntes.” O ministro da Saúde defendeu a vacinação, o fortalecimento do SUS e a distribuição de testes para estados e municípios. Ao contrário do que os antecessores Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich relataram à CPI, Queiroga garantiu que tem autonomia para chefiar a pasta da Saúde.

Questionado pelos parlamentares sobre declarações polêmicas do presidente Jair Bolsonaro durante a pandemia, Queiroga disse que não poderia emitir “juízo de valor”. O titular do governo também disse que ninguém deve promover aglomerações e relatou que orientou Bolsonaro a usar a máscara. “Aconselhei, senador. Ele passou a usar máscaras. Eu já me manifestei a respeito, toda aglomeração deve ser dissuadida. Independente de quem faça.” O ministro afirmou que não foi consultado pelo presidente sobre decreto contra medidas de isolamento em estados e municípios, mas se colocou contrário a um lockdown nacional.

Apesar de dizer que desconhece aconselhamento paralelo na Saúde, o ministro declarou ignorar decreto que estaria sendo preparado pelo Planalto. “O que o presidente falou comigo a cerca desse tema é que ele queria assegurar a liberdade das pessoas. Não estou participando da elaboração desse decreto e nem foi me perguntado sobre o tema.” O chefe da pasta da Saúde disse que desconhece o termo “guerra biológica” citado por Jair Bolsonaro e trabalha para manter o bom relacionamento com a China. Marcelo Queiroga, garantiu que trabalha para recompor o orçamento destinado ao ministério, inclusive para dar prosseguimento à pesquisa de vacinas.

*Com informações da repórter Nanny Cox

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