Com promessas de flexibilização, lojas de armas esperam ampliar ganhos em 2021

Números de compras de armas triplicaram entre os anos de 2018 e 2020; setor de venda de armas diz torcer para processo de desburocratização para melhorias

  • Por Jovem Pan
  • 01/01/2021 12h27
Pixabay/Creative Commons/01.01.2021 Venda de armamento cresceu no Brasil

Empresas especializadas no comércio de armas de fogo e equipamentos bélicos fecham o ano de 2020 com motivos para comemorar. As vendas mantiveram-se aquecidas, mesmo com a pandemia de Covid-19. Segundo dados da Polícia Federal, somente entre janeiro e novembro de 2020, foram registradas 168.019 novas armas no Brasil. O número é um recorde dentro da série histórica acompanhada desde 2009 e representa quase o dobro de todo o volume de registros de 2019, que chegou a 94.064. Entre 2018 e 2020 os números triplicaram. Desde que Jair Bolsonaro assumiu como presidente da república, a pauta armamentista está em alta. A flexibilização na legislação é um dos pontos. Segundo levantamento do instituto Sou da Paz, o governo editou 10 decretos, 14 portarias e dois projetos de lei sobre o assunto. Algumas das iniciativas foram suspensas. Dentre elas, a posse para áreas rurais, aumento de categorias profissionais com direito a ter armas e o incremento do limite anual de munições.

Para quem trabalha na área, o estatuto e o desarmamento da população não surtiram efeitos para minimizar a violência. “Desde a entrada em vigor do Estatuto do Desarmamento, a gente viu que é exatamente o contrário. A gente teve um número de entregas de armas muito grande nessa campanha, em contrapartida, a violência aumentou muito, visto que o cidadão que antes podia ter sua arma para sua defesa estava impedido pela legislação”, afirma Rafael Souza, gerente da loja Top Arms. Para o novo ano, os profissionais do setor esperam que haja desburocratização do setor, mesmo cumprindo a atual lei do desarmamento. O mercado segue aquecido e, a Taurus, fabricante brasileira de armas, já conquistou o lugar de marca mais importada pelos americanos, com cerca de 80% das negociações do país.

*Com informações do repórter Fernando Martins

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