Com vacinação em massa, Reino Unido marca um ano em combate à Covid-19

Em março de 2020, 364 pessoas tinham morrido pela doença em solo britânico; hoje são mais de 126 mil vidas perdidas até agora

  • Por Ulisses Neto/Jovem Pan
  • 23/03/2021 07h01 - Atualizado em 23/03/2021 15h13
  • BlueSky
EFE/EPA/NEIL HALL - 05/01/2021 Londres chegou a ficar vazia durante lockdowns impostos por causa da pandemia de Covid-19 Terceiro lockdown, em curso desde janeiro, já começou a ser relaxado e em poucas semanas até bares serão parcialmente reabertos

Há exatamente um ano, o primeiro lockdown por conta do coronavírus era decretado no Reino Unido. Em 23 de março de 2020, o primeiro-ministro Boris Johnson alertava para a gravidade da situação e adotava medidas duras no país. Àquela altura, 364 pessoas tinham morrido por Covid-19 em solo britânico. Hoje são 126.172 vidas perdidas até agora. Além disso, existe todo o trauma e problemas de saúde mental trazidos por um dos anos mais pesados na história do país.

Os danos para a economia foram catastróficos — o PIB britânico encolheu quase 10% em 2020. Os erros do governo conservador neste período não foram pequenos — mas os acertos permitem que o país planeje seu futuro. A campanha de vacinação em massa, que já atingiu metade da população, tem ajudado a conter o avanço da doença neste momento. O apoio financeiro entregue para os mais diversos setores da economia, ainda que não seja o suficiente, tem prevenido um baque ainda maior.

Os britânicos saíram de quase 1,9 mil mortes por dia em janeiro para 17 fatalidades registradas na última segunda-feira, 22, em todo o país. O terceiro lockdown, que está em curso desde janeiro, já começou a ser relaxado e em poucas semanas até bares e restaurantes serão parcialmente reabertos, mas todo esse esforço ainda está a perigo, sobretudo por conta do avanço da terceira onda de contaminações na Europa. A Alemanha, por exemplo, apertou as regras do lockdown e vai praticamente fechar durante o período da Páscoa para tentar conter o crescimento de casos.

A chanceler Angela Merkel chegou a dizer que o país entrou em uma outra pandemia, porque a variante britânica se tornou dominante por lá. Merkel também pressionou a AstraZeneca e apoiou a ameaça de bloquear exportações de vacinas do bloco. O laboratório anglo-sueco não está cumprindo o contrato firmado com a União Europeia, o que gerou forte tensão diplomática entre os dois lados do Canal da Mancha.

Diversas homenagens serão realizadas na Grã Bretanha para marcar o aniversário de um ano desta tragédia que atinge o mundo. Um minuto de silêncio será respeitado ao meio dia de Londres. Pontos famosos da capital como a roda gigante London Eye, o estádio de Wembley e a Trafalgar Square serão iluminados de amarelo à noite. Um ano depois os britânicos seguem em lockdown com idas e vindas, mas com a esperança de que este será o último confinamento por conta do Covid-19.

  • BlueSky

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.