Comandante diz que Exército não é ‘instituição de governo’ e ganha apoio de Bolsonaro

Na ocasião, Pujol declarou também que não se quer que a política entre dentro dos quartéis

  • Por Jovem Pan
  • 14/11/2020 08h48 - Atualizado em 14/11/2020 08h50
Valter Campanato/Agência Brasil Comandante do Exército, Edson Pujol O Presidente Jair Bolsonaro participa da solenidade de passagem de Comando do Exército do general Eduardo Dias da Costa Villas Bôas ao general Edson Leal Pujol.

O presidente Jair Bolsonaro foi às redes sociais para concordar com a posição do comandante do Exército, general Edson Leal Pujol, de que os “militares não querem fazer parte da política“. Bolsonaro disse que a declaração dada na quinta-feira, 12, vai “exatamente ao encontro” do que ele pensa sobre o papel das Forças Armadas no cenário nacional. Na ocasião, Pujol declarou também que não se quer que a política entre dentro dos quartéis. Em relação aos militares que ocupam cargos no governo federal, o general disse que a decisão é exclusiva do Executivo. Bolsonaro defendeu que as Forças são o maior sustentáculo e garantidoras da Democracia e da Liberdade. Ele citou o trecho da Constituição que afirma que Marinha, Exército e Aeronáutica destinam-se “à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem”.

O presidente finaliza defendendo que as Forças Armadas devem se manter apartidárias, “baseadas na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República”. Nesta sexta-feira, 13, o comandante do Exército voltou a falar sobre o tema em evento do Ministério da Defesa. O general Edson Leal Pujol lembrou que as Forças são instituições de Estado e não de governo. “Não temos partido, nosso partido é Brasil. Independente de mudanças ou permanências de um determinado governo pro um período longo, as Forças Armadas cuidam do país, da nação, elas são instituições de Estado permanentes. Não mudamos a cada quatro anos a nossa maneira de pensar e de como cumprir as nossas missões.”

Esta semana, quando fazia referência à Amazônia, Bolsonaro falou em “usar a pólvora” se a diplomacia fracassar, o que provocou uma série de reações. No evento, o ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, disse que o país busca a paz, mas deve ser forte. “Nós somos um país pacífico em busca da paz. Mas não existe país pacífico sem ser forte, é uma condição que a história ensinou”, disse. O ministro da Defesa defendeu que o Brasil precisa modernizar os equipamentos das Forças Armadas. “Os aparelhos nossos, as principais máquinas nossas, principais instrumentos nossos são de 50 a 60 anos de duração. Então necessita uma modernização com novos equipamentos. A capacidade operacional das forças tem que ser revista.” Fernando Azevedo e Silva também disse que o atual cenário mundial “apresenta novas apreensões”, como, por exemplo, ameaças cibernéticas, tráfico de drogas e crises humanitárias.

*Com informações do repórter Afonso Marangoni

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