Confirmação de desembargador para cargo no STF divide evangélicos e senadores
A indicação de Kassio Nunes Marques para a vaga foi confirmada pelo presidente Jair Bolsonaro nesta quinta-feira
A reação à confirmação do nome do desembargador Kassio Nunes Marques para a vaga de Celso de Mello no Supremo Tribunal Federal (STF) foi imediata. A indicação desagradou líderes evangélicos, que defendem um perfil mais conservador para a vaga. Para o pastor Silas Malafaia, a escolha é um “absurdo vergonhoso”. “Meu presidente, com todo o respeito, como é que o senhor vai indicar um cara para o STF nomeado por Dilma, amiga da petralhada, com posições socialistas?”, questionou. A indicação do desembargador para a vaga foi confirmada pelo presidente Jair Bolsonaro nesta quinta-feira, 1º, durante transmissão ao vivo nas redes sociais.
Sobre a escolha, o deputado federal Marco Feliciano afirmou que a Frente Parlamentar Evangélica tem “segurança em Bolsonaro e que o presidente é um homem de palavra” ao prometer que a próxima nomeação será de um nome ligado ao grupo. No Twitter, o ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, disse que, se Jair Bolsonaro “não indicar alguém ao STF comprometido com o combate à corrupção ou com a execução da condenação criminal em segunda instância, todos já saberão a sua verdadeira natureza”. Para o senador Major Olímpio, integrante da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, quem ocupar a vaga no Supremo deve ter uma postura isenta. “Algumas pessoas dizendo que agora teremos acesso fácil do centrão. Pelo amor de Deus, ministro tem que ser educado, mas respeitar e fazer com que respeite a liturgia do cargo. Acho isso fundamental.”
Kassio Marques deverá ser sabatinado na CCJ antes de ter o nome submetido ao plenário da Casa. Ao site O Antagonista, a senadora Simone Tebet, presidente da Comissão, disse que não vai comentar o anúncio da indicação em respeito ao ministro Celso de Mello. O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Felipe Santa Cruz, elogiou a escolha de Kassio Nunes para a vaga. Segundo ele, “o desembargador possui todos os pressupostos constitucionais e uma trajetória honrada e de reconhecida eficiência”.
*Com informações da repórter Letícia Santini
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