Congonhas será primeiro aeroporto da América Latina com tecnologia que amplia área de escape
A expectativa é que o novo equipamento evite tragédias como do Airbus da TAM em 2007, que varou a pista de pouso e colidiu com um edifício da própria empresa, matando 199 pessoas
O aeroporto de Congonhas, em São Paulo, será o primeiro da América Latina a contar com a tecnologia EMAS, que desacelera um avião que por ventura não consiga frear e ultrapasse o final da pista. O modelo já é muito utilizado nos Estados Unidos e em diversos terminais espalhados pelo mundo. O sistema é baseado numa estrutura que cria nova área de escape com blocos de concreto que se deformam e acolhem a aeronave. O especialista em segurança de voo Roberto Peterca explica o funcionamento. “Podemos assemelhar ao que encontramos nas estradas, como na via Anchieta, quando você desce a Serra, existe uma rampa ali, uns cascalhos onde o caminhão que perde o freio vai ali onde tem pedras e reduz a velocidade. Assim também é na aviação, quando o avião for ultrapassar a pista de pouso, ele terá a parada antes de acabar a pista, evitando acidentes.”
O entendimento é que este novo equipamento poderá evitar tragédias como do Airbus da TAM que fazia e rota entre Porto Alegre e São Paulo e varou a pista de Congonhas colidindo com um edifício da própria empresa, matando 199 pessoas a bordo e em terra no ano de 2007. O sistema é bastante utilizado em aeroportos com limitações de espaço. O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, indica que os usuários se sentirão mais confortáveis e que a ideia pode ser levada a outras pistas do país. “O aeroporto de Congonhas é um caso típico, talvez o exemplo mais claro dessa necessidade. Isso aumenta muito a percepção de segurança e existe a possibilidade de isso ser usado para outros aeroportos, para o Santos Dumont e para outros aeroportos que tenham a pista mais curta e tenha a necessidade de aumentar a segurança”, disse. O investimento de R$ 122,5 milhões será feito pela Infraero e pago ao consórcio que venceu a licitação para a execução das obras que devem durar 16 meses. A implementação será feita nas duas cabeceiras de Congonhas.
*Com informações do repórter Daniel Lian
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