Conselho de Ética vai apurar assédio contra deputada Isa Penna na Alesp
Órgão vai investigar conduta do deputado Fernando Cury, acusado de importunação sexual pela deputada Isa Penna
O Conselho de Ética da Assembleia Legislativa de São Paulo vai investigar a conduta do deputado estadual Fernando Cury (Cidadania), acusado de assédio pela deputada estadual Isa Penna, do PSOL, que registrou um Boletim de Ocorrência contra o parlamentar. Um vídeo gravado pela câmera da Alesp mostra Cury passando a mão no seio da deputada durante a sessão extraordinária para votar o orçamento do estado. Pelas imagens, é possível vê-lo conversando com um colega. Depois, ele faz um movimento em direção à deputada que estava apoiada na mesa diretora, e volta a conversar com outro parlamentar, que tentou segurá-lo, a partir desse momento dirige-se novamente à Isa Penna. Cury, a abraça por trás apalpando seu seio. Ela, imediatamente, tenta afastá-lo. Em nota, algumas parlamentares disseram ter sido assediadas em outras ocasiões.
A deputada Isa Penna, que é conhecida por atuar em prol do combate à violência contra as mulheres, afirmou que a violência política de gênero que sofreu publicamente na Assembleia, infelizmente, não é um caso excepcional. Emocionada e com lágrimas nos olhos desabafou. “Eu tenho direito de estar aqui sem ser assediada. Eu choro, mas é de raiva, é de raiva de perceber que eu não sou tão gente para alguns deputados como vocês são. Não há igualdade entre nós, não há porque eu sou uma mulher. Eu fui assediada, isso não conteceria com você, mas pode acontecer com a sua filha um dia.”
Também em plenário, o deputado Cury pediu desculpas por abraçar a colega e negou que houve assédio ou importunação sexual. “Não houve, de forma alguma, da minha parte, tentativa de assédio, de importunação sexual ou qualquer coisa com algum nome semelhante a isso. Mas, em primiro lugar, se a deputada Isa Penna se sentiu ofendida com o abraço que lhe dei, peço de desculpa por isso”, afirmou. Isa Penna ainda mandou um recado a todos os deputados sobre a impunidade, dizendo que este fato é latente na sociedade e lamentavelmente pode ocorrer dentro da família de cada um deles. “E eu quero dizr para vocês que é justamente o contrário, proque a maior parte das mulehres, que podem estar ao lado de vocês, podem estar sofredno isso em silêncio. Em silêncio, sozinhas, achando que a culpa é dela”, disse. O Código Penal prevê como importunação sexual pena de reclusão de 1 a 5 anos, em caso de condenação. Em nota, a Alesp afirmou que o Conselho de Ética fará a avaliação do caso.
*Com informações do repórter Daniel Lian
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