Consórcio Nordeste suspende importação de 37 milhões de doses da vacina Sputnik V

Segundo governador Wellington Dias, a suspensão será mantida até que o imunizante tenha autorização para uso no Brasil

  • Por Jovem Pan
  • 06/08/2021 07h27 - Atualizado em 06/08/2021 08h11
KEVIN DAVID/A7 PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO Frascos da vacina russa contra a Covid-19, Sputnik V Previsão inicial era entregar dois milhões de doses no mês de abril, mas a falta da licença de importação da Anvisa impediu o embarque

O presidente do Consórcio Nordeste, governador Wellington Dias, disse nesta quinta-feira, 5, que o grupo suspendeu a importação de 37 milhões de doses da vacina Sputnik V. A decisão foi tomada diante de divergências nos padrões exigidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e da exclusão do imunizante do Programa Nacional de Imunização (PNI). O contrato havia sido assinado entre o Instituto Gamaleya e o Fundo Soberano Russo em março deste ano. A previsão inicial era entregar dois milhões de doses no mês de abril, mas a falta da licença de importação da Anvisa impediu o embarque. Segundo Wellington Dias, o acordo ficará suspenso até que a vacina seja liberada para uso no Brasil. “É lamentável, as pessoas estão morrendo. Veja a situação do Rio de Janeiro, 50% dos casos confirmados com a variante Delta, veja São Paulo, com risco de propagação para o Brasil. A vacina Sputnik é adequada para o controle da variante e o Brasil impedindo a entrada dessa vacina. Com certeza, serão vidas humanas que pagarão por decisões como essa”, afirmou.

Em nota, a Anvisa disse que “ao autorizar a importação excepcional da Sputnik V, foram estabelecidos 22 condicionantes a serem cumpridos, os quais tiveram o objetivo de preencher lacunas de informação quanto aos aspectos de qualidade, segurança e eficácia para permitir uma utilização controlada, segura e inicial da vacina no Brasil”. A agência afirmou ainda “que não acrescentou nenhuma condição além daquelas já estabelecidas na decisão que liberou a importação da vacina Sputnik V”. Enquanto isso, a vacinação segue avançando no país com outros imunizantes. Nesta quinta-feira, 1,8 milhão de doses da vacina da Pfizer desembarcaram no aeroporto de Viracopos, em Campinas. As remessas fazem parte da megaoperação que prevê 17 milhões de doses até 22 de agosto. No total, a farmacêutica já entregou 37 lotes, totalizando 32,2 milhões de unidades contratadas. Além da Pfizer, o Brasil também usa a CoronaVac, a AstraZeneca/Oxford e o imunizante da Janssen para controlar o avanço da doença. Ao todo, já são mais 20 milhões de infectados pelo coronavírus no Brasil, com 40 mil novos diagnósticos entre quarta e quinta-feira.

*Com informações da repórter Letícia Santini 

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